Perspectivas 2023

Agenda econômica: Confira o que vai movimentar o mercado em 2023

02 jan 2023, 8:40 - atualizado em 30 dez 2022, 13:25
dinheiro renda fixa selic copom taxa de juros, mercado, inflação, recessão
Inflação, recessão, juros e Bancos Centrais prometem movimentar a economia e o mercado no ano que vem. (Imagem: Shutterstock)

O tema “eleição” dá espaço para a “economia” nas discussões de mesa de bar e grupos de WhatsApp. Isso porque a desaceleração global e risco de recessão em diversas regiões pairam sobre o mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja o que vai movimentar a economia e o mercado em 2023

Inflação

A inflação é o indicador mais acompanhado pelo mundo. Aqui no Brasil, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta acumulada em 12 meses de 5,90%, até novembro.

Embora o resultado esteja bem abaixo do pico de 12,13%, registrado em abril, a inflação segue acima da meta para 2022, 2023 e 2024 são de 3,50%, 3,25% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A expectativa do mercado é de que a inflação não muda muito: o ano de 2023 deve fechar com o IPCA acumulado em 5,17%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não liberou o calendário completo de 2023, mas o IPCA tende a ser divulgado na segunda semana do mês.

Além disso, a prévia da inflação, o IPCA-15, é divulgada duas semanas antes.

Já nos Estados Unidos, a inflação segue persistente: em novembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingiu 7,1% no acumulado em 12 meses.

O Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) – indicador inflacionário preferido do Federal Reserve – subiu 6,0% em outubro, na base anual. O governo norte-americano ainda não liberou a agenda de divulgações de 2023.

Ano de Super Quartas

Os astros estarão alinhados em 2023, tanto que o fenômeno conhecido como “Super Quarta” – quando as agendas de política econômica do Banco Central e Federal Reserve coincidem – será algo comum.

Das oito reuniões marcadas pelos bancos centrais, seis aconteceram nos mesmos dias. A agenda só não bate entre os meses de junho a agosto.

Veja a agenda de reuniões

Banco Central – Reunião Copom Federal Reserve – Reunião Fomc
31 de janeiro e 1º de fevereiro 31 de janeiro e 1º de fevereiro
21 e 22 de março 21 e 22 de março
2 e 3 de maio 2 e 3 de maio
20 e 21 de junho 13 e 14 de junho
1º e 2 de agosto 25 e 26 de julho
19 e 20 de setembro 19 e 20 de setembro
31 de outubro e 1º de novembro 31 de outubro e 1º de novembro
12 e 13 de dezembro 12 e 13 de dezembro

A diferença é que a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) tende a sair mais cedo, por volta das 15h no horário de Brasília. Além disso, o comunicado é seguido por uma coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.

Já a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) termina de noite, por volta das 18h, e a decisão sobre a Selic é liberada a partir das 18h30. O Banco Central não organiza coletiva com o presidente Roberto Campos Neto, mas divulga a ata do Copom na semana seguinte – às terças-feiras, às 8h.

O mercado projeta que o Banco central mantenha a taxa básica de juros em 13,7% ao ano até meados do segundo semestre. Depois disso, os primeiros cortes devem ser promovidos, levando a taxa entre 11,75% e 12% até dezembro.

No caso do Fed, a projeção do mercado é de que o banco central americano ainda deva elevar os juros nas primeiras reuniões do ano, levando a taxa para o patamar de 5%.

Jackson Hole

Um dos principais eventos da economia, Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, ainda não teve o seu calendário confirmado. Mas, tradicionalmente, ele acontece por volta da última semana de agosto.

Na sua última edição, em 2022, foram discutidas as políticas econômicas adotadas por banqueiros centrais e os rumos da economia global. Temas como inflação e recessão também foram destaque.

Desaceleração econômica

Por falar em recessão, essa deve ser a realidade de muitos países. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou que a Europa está fadada a cair em uma recessão, em meio à Guerra da Ucrânia, encarecimento da energia e inflação descontrolada.

Para os economistas do Morgan Stanley, os Estados Unidos podem escapar por pouco da recessão graças ao mercado de trabalho.

Já do lado asiático, a expectativa é que a abertura da China após as duras restrições de combate à Covid-19 deve proporcionar uma recuperação econômica do país e de seus vizinhos.

Por aqui, o Brasil surpreendeu com uma economia aquecida ao longo de 2022, mas já sente os efeitos do aperto monetário promovido pelo Banco Central. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) reduziu o crescimento de 1,2% para 0,4%.

Para o ano que vem, a projeção do mercado é de que o crescimento econômico seja de 0,9%.