Agenda econômica: Confira o que vai movimentar o mercado em 2023
O tema “eleição” dá espaço para a “economia” nas discussões de mesa de bar e grupos de WhatsApp. Isso porque a desaceleração global e risco de recessão em diversas regiões pairam sobre o mercado.
Veja o que vai movimentar a economia e o mercado em 2023
Inflação
A inflação é o indicador mais acompanhado pelo mundo. Aqui no Brasil, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta acumulada em 12 meses de 5,90%, até novembro.
Embora o resultado esteja bem abaixo do pico de 12,13%, registrado em abril, a inflação segue acima da meta para 2022, 2023 e 2024 são de 3,50%, 3,25% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A expectativa do mercado é de que a inflação não muda muito: o ano de 2023 deve fechar com o IPCA acumulado em 5,17%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não liberou o calendário completo de 2023, mas o IPCA tende a ser divulgado na segunda semana do mês.
Além disso, a prévia da inflação, o IPCA-15, é divulgada duas semanas antes.
Já nos Estados Unidos, a inflação segue persistente: em novembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingiu 7,1% no acumulado em 12 meses.
O Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) – indicador inflacionário preferido do Federal Reserve – subiu 6,0% em outubro, na base anual. O governo norte-americano ainda não liberou a agenda de divulgações de 2023.
Ano de Super Quartas
Os astros estarão alinhados em 2023, tanto que o fenômeno conhecido como “Super Quarta” – quando as agendas de política econômica do Banco Central e Federal Reserve coincidem – será algo comum.
Das oito reuniões marcadas pelos bancos centrais, seis aconteceram nos mesmos dias. A agenda só não bate entre os meses de junho a agosto.
Veja a agenda de reuniões
Banco Central – Reunião Copom | Federal Reserve – Reunião Fomc |
31 de janeiro e 1º de fevereiro | 31 de janeiro e 1º de fevereiro |
21 e 22 de março | 21 e 22 de março |
2 e 3 de maio | 2 e 3 de maio |
20 e 21 de junho | 13 e 14 de junho |
1º e 2 de agosto | 25 e 26 de julho |
19 e 20 de setembro | 19 e 20 de setembro |
31 de outubro e 1º de novembro | 31 de outubro e 1º de novembro |
12 e 13 de dezembro | 12 e 13 de dezembro |
A diferença é que a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) tende a sair mais cedo, por volta das 15h no horário de Brasília. Além disso, o comunicado é seguido por uma coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.
Já a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) termina de noite, por volta das 18h, e a decisão sobre a Selic é liberada a partir das 18h30. O Banco Central não organiza coletiva com o presidente Roberto Campos Neto, mas divulga a ata do Copom na semana seguinte – às terças-feiras, às 8h.
O mercado projeta que o Banco central mantenha a taxa básica de juros em 13,7% ao ano até meados do segundo semestre. Depois disso, os primeiros cortes devem ser promovidos, levando a taxa entre 11,75% e 12% até dezembro.
No caso do Fed, a projeção do mercado é de que o banco central americano ainda deva elevar os juros nas primeiras reuniões do ano, levando a taxa para o patamar de 5%.
Jackson Hole
Um dos principais eventos da economia, Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, ainda não teve o seu calendário confirmado. Mas, tradicionalmente, ele acontece por volta da última semana de agosto.
Na sua última edição, em 2022, foram discutidas as políticas econômicas adotadas por banqueiros centrais e os rumos da economia global. Temas como inflação e recessão também foram destaque.
Desaceleração econômica
Por falar em recessão, essa deve ser a realidade de muitos países. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou que a Europa está fadada a cair em uma recessão, em meio à Guerra da Ucrânia, encarecimento da energia e inflação descontrolada.
Para os economistas do Morgan Stanley, os Estados Unidos podem escapar por pouco da recessão graças ao mercado de trabalho.
Já do lado asiático, a expectativa é que a abertura da China após as duras restrições de combate à Covid-19 deve proporcionar uma recuperação econômica do país e de seus vizinhos.
Por aqui, o Brasil surpreendeu com uma economia aquecida ao longo de 2022, mas já sente os efeitos do aperto monetário promovido pelo Banco Central. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) reduziu o crescimento de 1,2% para 0,4%.
Para o ano que vem, a projeção do mercado é de que o crescimento econômico seja de 0,9%.