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Agenda de aquisições da Rede D’Or está mais viva do que nunca

17 set 2021, 13:33 - atualizado em 17 set 2021, 13:34
Rede D'or
Desde seu primeiro pedido de IPO, em 2020, a Rede D’Or anunciou a compra de 12 ativos e 1,84 mil leitos hospitalares (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Rede D’Or (RDOR3) segue com uma agenda de M&A (fusões e aquisições) bastante aquecida. A companhia anunciou nesta semana sua mais nova compra: Hospital Novo Atibaia.

A empresa fechou um contrato para a aquisição de pelo menos 90,3% do hospital, da AMHA Saúde e da HNA Empreendimentos e Participações, que detém os imóveis onde o hospital exerce suas atividades. O valor de firma para 100% do capital social das sociedades é de R$ 296,3 milhões. Do montante, ainda será deduzido o endividamento líquido.

O Hospital Novo Atibaia é um hospital geral de alta complexidade. A unidade é referência na cidade de Atibaia e demais cidades da Região Bragantina (Bragança Paulista, Itatiba e Mairiporã, entre outras), em São Paulo.

Já a AMHA é uma operadora regional, possuindo aproximadamente 22 mil vidas em sua carteira.

O Hospital Novo Atibaia conta com 150 leitos e capacidade de expansão imediata de mais 16 leitos. A previsão de receita da unidade para 2022 é de R$ 283 milhões, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) projetado de R$ 49 milhões, com parte das sinergias incorporadas.

O BTG Pactual (BPAC11) avaliou a transação como positiva, apesar da baixa penetração da Rede D’Or fora das áreas metropolitanas de São Paulo.

“Damos as boas-vindas ao acordo, pois melhora a infraestrutura da Rede D’Or no interior do estado, e tudo isso com um valuation atraente”, afirmaram os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello, em relatório divulgado ontem.

Segundo o BTG, a transação, com múltiplo EV/leito (valor da empresa sobre leito) implícito de R$ 1,78 milhão/leito (incluindo plano de expansão de curto prazo), veio abaixo das transações já realizadas pela Rede D’Or anteriormente.

“Olhando para os números exclusivamente relacionados ao ativo hospitalar, o valuation parece ainda melhor, com um valor de apenas 1 vez as receitas e 6 vezes Ebitda (versus múltiplo de negociação atual de 23 vezes Ebitda estimado para 2022)”, afirmaram os analistas. O valor de firma dos ativos representa menos de 0,5% do valor de mercado da Rede D’Or.

O BTG Pactual reforçou a compra para as ações da Rede D’Or, com preço-alvo de R$ 90 (Imagem: LinkedIn/Rede D’Or São Luiz)

Entregando o que prometeu

Na época do IPO (oferta pública inicial de ações), a Rede D’Or estabeleceu como meta a aquisição de cerca de 1 mil leitos por ano nos próximos cinco anos. Até o momento, ela está entregando o que prometeu.

“Desde seu primeiro pedido de IPO, em 2020, anunciou a compra de 12 ativos e 1,84 mil leitos hospitalares (mais de 20% do número de leitos de 2020), adicionando quatro estados à sua cobertura nacional”, destacou o BTG. “Com este último movimento [aquisição do Hospital Novo Atibaia], a agenda de fusões e aquisições está mais viva do que nunca”.

O BTG reforçou a compra das ações da Rede D’Or, com preço-alvo de R$ 90. Além do ritmo acelerado de aquisições, os analistas enxergam um momento de lucros de curto prazo robusto. Na safra de temporada de resultados do terceiro trimestre de 2021, a companhia deve reportar bons números.