Agência dos EUA barra Huawei e ZTE de programa de subsídio governamental
A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) votou por 5-0 nesta sexta-feira para designar as companhias chinesas Huawei e ZTE como riscos à segurança nacional, impedindo que operadoras de telefonia em áreas rurais do país tenham acesso a um fundo federal de 8,5 bilhões de dólares destinado à compra de equipamentos ou serviços.
O regulador de telecomunicações dos EUA também decidiu exigir que essas operadoras removam e substituam equipamentos da Huawei e da ZTE de suas redes existentes.
Esta é a mais recente de uma série de ações do governo dos EUA destinadas a impedir que empresas norte-americanas comprem equipamentos Huawei e ZTE. As duas empresas chinesas terão 30 dias para contestar a decisão e uma ordem final de remoção obrigatória de equipamentos não é esperada até o próximo ano.
A Huawei chamou a decisão de “ilegal” e pediu à FCC que “repense sua ordem profundamente equivocada”. Argumentou que a decisão da FCC se baseava “em nada mais do que especulações irracionais e insinuações”.
O comissário da FCC Geoffrey Starks, democrata, disse que a substituição de equipamentos das redes rurais dos EUA pode custar até 2 bilhões de dólares.
A FCC argumentou que os laços das empresas com o governo chinês e as leis da China que exigem que essas empresas ajudem o governo em atividades de inteligência representam um risco à segurança nacional dos EUA.
O Congresso dos EUA está considerando uma lei para autorizar até 1 bilhão de dólares para fornecedores substituírem equipamentos de rede das empresas chinesas. A FCC poderá utilizar o fundo para pagar pela substituição de equipamentos se o Congresso não agir.
Cerca de uma dúzia de operadoras de telecomunicações rurais dos EUA que dependem de equipamentos baratos da Huawei e da ZTE estão negociando com as europeias Ericsson e Nokia a substituição de seus equipamentos chineses, informou a Reuters em junho.
Washington está pressionando aliados para não concederem acesso à Huawei às redes 5G, afirmando que os equipamentos da Huawei podem ser usados para espionagem por Pequim, o que a empresa chinesa nega repetidamente.