Internacional

África do Sul prepara iniciativa de energia verde de US$ 11 bilhões

16 set 2019, 12:31 - atualizado em 16 set 2019, 12:33
Energia solar
Plano para lançar a maior iniciativa de financiamento de energia verde do mundo está em desenvolvimento na África do Sul (Imagem: Reuters/Jo Yong-Hak)

O país precisa reduzir sua pegada ambiental e encontrar maneiras inovadoras de financiar a Eskom Holdings SOC, uma concessionária estatal de energia mergulhada em dívidas.

O plano formulado pelo Meridian Economics, um think tank da Cidade do Cabo, está sendo avaliado pelo governo. O projeto prevê uma linha de crédito US$ 11 bilhões financiada por bancos de desenvolvimento e credores privados.

A nova entidade faria empréstimos à Eskom com taxas comerciais um pouco menores, sob a condição de a concessionária acelerar o fechamento de usinas a carvão poluentes para dar lugar à energia renovável.

A África do Sul é o 14º maior emissor mundial de gases de efeito estufa. O governo está sob pressão para cumprir o compromisso assumido em 2009 de reduzir as emissões em 42% até 2025.

Segundo o novo plano, o país adicionaria 10 gigawatts de capacidade de geração de energia renovável ao longo de uma década, reduzindo assim suas potenciais emissões de dióxido de carbono em 715 milhões de toneladas até 2050.

“Essa seria a maior e mais significativa transação financeira climática global até o momento”, disse Emily Tyler, economista climática do Meridian, em entrevista. “Isso levaria a África do Sul a um futuro energético mais limpo e mais resiliente.”

A Eskom fornece cerca de 95% da energia da África do Sul e recorreu ao governo para permanecer solvente depois de acumular 450 bilhões de rands (US$ 31 bilhões) em dívidas. De acordo com o plano, a empresa tomaria empréstimos em tranches da nova linha de crédito ao longo de cinco anos e teria que reembolsá-los ao longo de 20 anos.

Os recursos seriam usados para evitar injeções de capital na Eskom e cobrir suas futuras necessidades de financiamento, em vez de financiar projetos de energia verde novos e já autossustentáveis.

A implementação do plano dependeria de o governo cumprir um compromisso de dividir a Eskom em unidades de geração, transmissão e distribuição sob uma holding estatal e reestruturar sua dívida para conseguir uma base mais sustentável.

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