Dólar

Afinal, o Dólar pode deixar de ser a moeda favorita do mercado?

13 jun 2024, 11:38 - atualizado em 13 jun 2024, 11:38
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Estudo do Itaú BBA destaca a saída do dólar em direção a moedas de reserva “não tradicionais” (Imagem: Pexels)

Ontem (12), o dólar atingia cotação de R$ 5,4085, com ganho de mais de 1,3% no dia. Ainda nesta quinta-feira, os efeitos à moeda continuavam sendo sentidos, já que às 10h54 a cotação ainda estava acima dos R$ 5,40.

Para o Itaú BBA, em estudo assinado por Lorena S. Dourado e Fernando M. Gonçalves, há um cenário favorável para diminuição do ritmo de queda da participação do dólar nas reservas internacionais.

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“Em particular, é favorável ao dólar o fato de estarmos em um período de ‘excepcionalismo americano’ em termos de crescimento, que tende a perdurar, especialmente em um contexto em que países da Zona do Euro têm perspectiva de baixo crescimento e a China perde dinamismo e gera excesso de capacidade em diversos setores”, afirmam.

Eles complementam que, com a subida recente dos juros americanos, a situação tornou-se favorável à moeda americana, afirmando que durante esse período a migração para moedas alternativas diminuiu.

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Por que moedas alternativas crescem?

O dólar vem perdendo espaço para moedas de reserva “não tradicionais”, como o ouro e o Bitcoin (BTC), responsáveis por 70% da migração da moeda.

O Itaú BBA, aponta que o dólar continua sendo a moeda mais importante como referência para regimes de câmbio fixo ou controlado, enquanto a moeda chinesa, o yuan, não serve como referência para a moeda de nenhum país membro do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A predominância também é vista para denominação nos mercados internacionais de dívida, com a dívida estrangeira denominada em dólar ao redor dos 70%, e ao observar as transações internacionais, apesar do declínio de 71,0% em 1999 para 58,4% em 2023.

A mudança no movimento é em direção às chamadas moedas de reserva não-tradicionais. Conforme os economistas do Itaú, alguns dos fatores para o crescimento dessas moedas são:

  • o aumento da liquidez nessas moedas, que ampliou o número de mercados profundos e líquidos de ativos em moeda nacional abertos ao resto do mundo;
  • a postura mais ativa de gestores de reservas internacionais, que diversificam suas reservas em ativos menos líquidos;
  • o longo período de taxas básicas de juros próximas de zero em economias desenvolvidas, intensificando potencialmente a procura por alternativas com rendimento mais elevado.

O yuan pode destronar o dólar?

Apesar de uma certa migração do dólar em direção ao yuan, a intensidade do uso da moeda chinesa não aconteceu com a mesma intensidade do crescimento relativo do país asiático.

O estudo aponta que o yuan tem apenas duas das três condições necessárias para ser uma moeda internacional relevante, possuindo tamanho econômico e relativa estabilidade de valor, mas faltando a condição de mercados financeiros profundos, líquidos e abertos.