Afinal, a mineração do bitcoin é mesmo um risco ao meio ambiente? Depende…
À medida que o mercado de criptomoedas cresce, aumenta a preocupação com o impacto ambiental da infraestrutura necessária para minerá-las. Nunca é demais lembrar que o risco ambiental foi um dos argumentos do governo chinês para banir a mineração de bitcoin.
A polêmica foi tamanha, que até o bilionário e futurista Elom Musk chegou a anunciar que a Tesla, sua montadora de carros elétricos, deixaria de aceitar pagamentos em criptomoedas. Mas, afinal, quanto a mineração de bitcoins agride o meio ambiente? A resposta mais honesta é: depende da matriz energética usada para isso.
“A mineração em si vai ser tão impactante ao meio ambiente, quanto o grid em que ela estiver inserida”, afirmou Marcelo Carmo, gestor de ativos ilíquidos da QR Asset, durante uma live com investidores ontem (28). “Se a tendência mundial é buscar fontes renováveis e sustentáveis, consequentemente, as mineradoras vão seguir esse padrão.”
Há alternativa?
Para Carmo, o gasto energético da rede de bitcoins é compatível com um mercado avaliado em mais de US$ 1 trilhão, mas, com o crescimento da pressão para que os investimentos considere também as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), as mineradoras deverão buscar alternativas.
Como se sabe, a mineração é um modo de validação da rede conhecida como prova de trabalho, ou proof-of-work, em que exige um poder computacional enorme para solucionar problemas matemáticos com o objetivo de validar uma blockchain.
A alternativa é o modelo de “proof-of-stake”, que consome menos energia, porque concentra a validação das criptomoedas nas corretoras. Mas, para Carmo, essa concentração é uma desvantagem em si, sobretudo, quando se trata de redes descentralizadas, como a do bitcoin.
“E tem, ainda, o fato de ser uma metodologia menos testada. A proof-of-work está rodando sem falhas na rede do bitcoin desde 2009. A proof-of-stake ainda tem uma longa jornada para se provar para o mercado.”