Affonso Celso Pastore: O que o ex-BC pensava sobre inflação, PIB e fiscal
Morreu nesta quarta-feira (21), o economista e ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, de 84 anos. Ele estava internado para uma cirurgia no sábado (17), e passou o fim de semana na UTI.
De visão ortodoxa, Pastore defendia a importância com controle da inflação, assim como dos gastos do governo. Em uma de suas colunas no Estadão, ele questionou se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria disposto a reduzir os gastos públicos visando a meta do arcabouço fiscal de zerar o déficit.
“O governo Lula 1 não teve de usar capital político para colher os frutos da queda da relação dívida/PIB e da inflação. O desgaste político da negociação do acordo com o FMI, que consagrou o regime do ‘tripé da política macroeconômica’, foi suportado por FHC, com Lula sendo um free rider”, escreveu.
O economista também deu sua opinião no que envolve o Produto Interno Bruto (PIB). Em seu último texto, publicado no final de janeiro, Pastore comenta sobre o crescimento econômico do país em 2023, mas lembra que o Brasil precisa aumentar a produtividade.
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Quem foi Affonso Celso Pastore?
Nascido em São Paulo, Affonso Celso Pastore, iniciou a vida pública em 1966, como assessor do secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Antônio Delfim Neto. Além disso, ele integrou a equipe de assessores quando Delfim se tornou ministro da Fazenda, no ano seguinte.
Ele comandou o Banco Central entre 1983 e 1985, durante o governo do general João Figueiredo. Na época, ele atuou nas negociações com os credores e com o FMI para amenizar os efeitos da crise externa dos anos 80.
Passou pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Caterpillar do Brasil. Também foi professor da Escola de pós-graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).
Nos últimos anos, se dedicou à sua consultoria, a A. C. Pastore e Associados.