AES Tietê e Unipar vão investir R$ 1,29 bilhão em projeto de eólica
A AES Tietê (TIET11) e a Unipar (UNIP6) planejam investir R$ 1,29 bilhão no projeto de construção de um parque de geração de energia eólica na Bahia, disse a diretora financeira da AES, Clarissa Sadock.
Para financiar a obra, a AES Tietê não descarta emitir debêntures de infraestrutura, disse ela. Do total, R$ 620 milhões do investimento serão divididos igualmente entre as duas empresas sócias na joint venture e R$ 670 milhões serão investidos pela AES Tietê, disse Clarissa, acrescentando que a companhia já entrou com pedido de crédito junto ao BNB e ao BNDES.
“A pandemia não atrapalhou a liquidez das debêntures de infraestrutura”, disse.
As empresas confirmaram a criação da joint venture no dia 3 de setembro, para a construção do projeto nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, com início previsto para 2021.
O plano é ter 155 megawatts (MW) de capacidade elétrica instalada, com 60 MW já comercializados com a própria Unipar por meio de um contrato de 20 anos, que entrará em vigor a partir de 2023, segundo a AES.
A AES Tietê planeja produzir energia usando somente fontes 100% renováveis e, por isso, não descarta adquirir mais ativos de energia solar e eólica, preferencialmente, disse o presidente Italo Freitas. No início de agosto, a companhia fechou a aquisição de 3 parques eólicos da J. Malucelli por R$ 650 milhões.
“Essa é uma estratégia mundial da AES Corp e o Brasil, com uma matriz energética com mais de 80% de hidrelétrica, e com penetração muito grande de eólica e solar, cria todas as condições para uma empresa ser 100% renovável”, disse Freitas, acrescentando que os clientes também têm demandado o mesmo.
“No mercado livre de energia, não basta preço, é preciso também ser renovável”, disse ele.
A AES Tietê paga 100% do resultado em dividendos há mais de 10 anos e pretende manter essa prática, apesar da crise econômica com o coronavírus, disse a diretora financeira. O capex previsto para o período 2020-2024, de R$ 1,4 bilhão, também será mantido, disse Clarissa, acrescentando que não há necessidade imediata de captação de recursos.
“Nossa situação financeira é confortável. Os R$ 500 milhões de capital de giro tomados junto a bancos para reforço de caixa no início da pandemia não foram usados”, disse.
A AES tem planos de migrar para o segmento de maior governança corporativa, o chamado Novo Mercado da B3, no início de 2021. O aumento da participação da matriz AES Corp para 43% no capital total trouxe mais “conforto” para a troca de ações, disse Clarissa. A troca, segundo ela, deverá se dar na proporção de 1 PN por 1 ON. O BNDES ainda tem 9,9% da companhia, disse Clarissa.