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AES Tietê busca eólicas no Nordeste e quer desenvolver projetos solares, diz CEO

06 nov 2019, 16:32 - atualizado em 06 nov 2019, 16:32
A movimentação da empresa vem após fracasso no mês passado de negociações junto à Renova Energia (RNEW11) para a compra do projeto eólico Alto Sertão III (Imagem: REUTERS/Andres Stapff)

A AES Tietê (TIET11), da norte-americana AES, pretende avaliar oportunidades de aquisição de parques eólicos no Nordeste, ao mesmo tempo em que focará o desenvolvimento de novos projetos solares para venda da produção no mercado livre de eletricidade, disse nesta quarta-feira o presidente da companhia, Ítalo Freitas.

A movimentação da empresa vem após fracasso no mês passado de negociações junto à Renova Energia (RNEW11) para a compra do projeto eólico Alto Sertão III, na Bahia, um negócio que envolveria até 350 milhões de reais e mais a assunção de 988 milhões de reais em dívidas do empreendimento.

“Buscamos parques eólicos no Nordeste”, disse Freitas, durante teleconferência com analistas e investidores para comentar os resultados do terceiro trimestre.

Ele destacou que o interesse é por ativos que já possuam contratos de longo prazo.

De outro lado, em novos projetos (“greenfield”), a AES Tietê deverá focar o desenvolvimento na área solar, com foco na comercialização da energia com clientes no mercado livre, onde grandes consumidores podem negociar contratos de suprimento diretamente com geradores e comercializadoras.

A AES Tietê deverá focar o desenvolvimento na área solar, com foco na comercialização da energia com clientes no mercado livre (Imagem: Reuters/Amit Dave)

“A comercialização no ambiente livre traz retornos mais atrativos que no regulado”, afirmou Freitas.

No mercado regulado, os consumidores são atendidos pelas distribuidoras de energia, que atendem à demanda com contratos fechados em leilões realizados pelo governo.

Esses certames, no entanto, têm registrado preços mais baixos nos últimos anos, em meio a uma demanda mais fraca e ao forte interesse de investidores por energia eólica e solar no Brasil que forçam deságios nas licitações.

Freitas também reiterou que a AES Tietê ainda buscará viabilizar a construção de cerca de 600 megawatts em projetos eólicos “greenfield” na Bahia, após a companhia ter anunciado em agosto que fechou uma opção de compra desses empreendimentos.

A AES Tietê registrou lucro líquido de 97,1 milhões de reais no terceiro trimestre, avanço de 174,6% na comparação anual. O resultado foi influenciado pelo início em agosto das operações da primeira fase do complexo solar Ouroeste, com 69 megawatts em capacidade.