AES (AESB3) fora do Brasil? Se acontecer, não será surpresa, diz gestor
Após 26 anos no Brasil, a americana AES (AESB3) estaria de malas prontas para sair do Brasil, informa o colunista Lauro Jardim, do O Globo.
Se confirmada, no entanto, a notícia não seria uma grande surpresa. Segundo o gestor da RPS Capital, Gustavo Henrique Fabricio, em conversa com o Money Times, há tempos o mercado especula sobre uma possível saída da companhia.
“Ativos têm concessões importantes vencendo em 6 anos”, recorda.
Os ativos hídricos da AES têm sua concessão expirando em 2031/2, e a possibilidade de sua renovação ainda precisa ser regulamentada.
Sobre os ativos em construção, o gestor diz que o mercado de renováveis conta com excesso de projetos. “Não sei se mercado gosta muito (dos projetos)”, discorre.
Em nota enviada ao Money Times, a AES Brasil esclarece que, como já comunicado anteriormente, foi informada por sua controladora, AES Corp, que esta avalia alternativas para financiar o crescimento da companhia e melhorar sua estrutura de capital.
- Mais uma bolada bilionária da Vivo (VIVT3): Entenda como redução de capital de R$ 1,5 bilhão pode ir parar no bolso dos acionistas da empresa, e se vale a pena ter as ações para receber uma fatia; É só assistir ao Giro do Mercado abaixo:
AES não é a favorita de analistas
Na bolsa, a AES patina. Apesar de ter subido 14% nos últimos 12 meses, nos últimos cinco a empresa caiu 31%. Para efeito de comparação, as também geradoras Engie (EGIE3) teve recuo de 3,8% e a Auren (AURE3) 18% no mesmo período.
Entre os analistas de mercado, a ação também não inspira confiança. Segundo o consenso de mercado reunido pela Reuters, de 12 analistas, nenhum recomenda compra na ação. Sete possuem recomendação neutra e cinco de venda.
Em relatório recente, a XP rebaixou a recomendação da companhia para neutra, citando custo atualizado de capital, premissas macroeconômicas e previsões de preços de energia mais baixos nos próximos anos.
Segundo a corretora, após a conclusão dos Projetos Cajuína e Tucano, AES Brasil focará na desalavancagem.
“O cenário atual de preços de energia é o principal desafio para o desenvolvimento de novos projetos (por exemplo, a nova fase do projeto Cajuína)”, discorre.
A XP também levantava a possibilidade da venda de ativos não essenciais, como o Cassino Wind Park, para acelerar a desalavancagem próximos de 4,5x ND/EBITDA até o final de 2024.
A matéria de Lauro Jardim lembra que atual CEO da AES Global, André Gluski, era presidente da AES Venezuela em 2007, quando decidiu deixar o país, que teria uma profunda crise econômica anos depois.