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AES (AESB3) fora do Brasil? Se acontecer, não será surpresa, diz gestor

28 jan 2024, 13:00 - atualizado em 28 jan 2024, 14:25
AES Brasil
Os ativos hídricos da AES têm sua concessão expirando em 2031/2, e a possibilidade de sua renovação ainda precisa ser regulamentada (Imagem: AES Brasil/Linkedin)

Após 26 anos no Brasil, a americana AES (AESB3) estaria de malas prontas para sair do Brasil, informa o colunista Lauro Jardim, do O Globo.

Se confirmada, no entanto, a notícia não seria uma grande surpresa. Segundo o gestor da RPS Capital, Gustavo Henrique Fabricio, em conversa com o Money Times, há tempos o mercado especula sobre uma possível saída da companhia.

“Ativos têm concessões importantes vencendo em 6 anos”, recorda.

Os ativos hídricos da AES têm sua concessão expirando em 2031/2, e a possibilidade de sua renovação ainda precisa ser regulamentada.

Sobre os ativos em construção, o gestor diz que o mercado de renováveis conta com excesso de projetos. “Não sei se mercado gosta muito (dos projetos)”, discorre.

Em nota enviada ao Money Times, a AES Brasil esclarece que, como já comunicado anteriormente, foi informada por sua controladora, AES Corp, que esta avalia alternativas para financiar o crescimento da companhia e melhorar sua estrutura de capital.

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AES não é a favorita de analistas

Na bolsa, a AES patina. Apesar de ter subido 14% nos últimos 12 meses, nos últimos cinco a empresa caiu 31%. Para efeito de comparação, as também geradoras Engie (EGIE3) teve recuo de 3,8% e a Auren (AURE3) 18% no mesmo período.

Entre os analistas de mercado, a ação também não inspira confiança. Segundo o consenso de mercado reunido pela Reuters, de 12 analistas, nenhum recomenda compra na ação. Sete possuem recomendação neutra e cinco de venda.

Em relatório recente, a XP rebaixou a recomendação da companhia para neutra, citando custo atualizado de capital, premissas macroeconômicas e previsões de preços de energia mais baixos nos próximos anos.

Segundo a corretora, após a conclusão dos Projetos Cajuína e Tucano, AES Brasil focará na desalavancagem.

“O cenário atual de preços de energia é o principal desafio para o desenvolvimento de novos projetos (por exemplo, a nova fase do projeto Cajuína)”, discorre.

A XP também levantava a possibilidade da venda de ativos não essenciais, como o Cassino Wind Park, para acelerar a desalavancagem próximos de 4,5x ND/EBITDA até o final de 2024.

A matéria de Lauro Jardim lembra que atual CEO da AES Global, André Gluski, era presidente da AES Venezuela em 2007, quando decidiu deixar o país, que teria uma profunda crise econômica anos depois.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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