Internacional

Administração Trump vai cancelar vistos de estudantes que participaram de manifestações pró-palestinos

29 jan 2025, 17:13 - atualizado em 29 jan 2025, 17:17
Palestina
(Imagem: Unsplash/@ahmed96)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinará um decreto nesta quarta-feira (29) para “combater o antissemitismo” e se comprometerá a deportar estudantes universitários não cidadãos e outros que participaram de protestos pró-palestinos, disse uma autoridade da Casa Branca.

Um informativo sobre o decreto promete “ação imediata” do Departamento de Justiça (DoJ) para processar “ameaças terroristas, incêndios criminosos, vandalismo e violência contra judeus americanos” e mobilizar todos os recursos federais para combater o que chamou de “a explosão do antissemitismo em nossos campi e ruas” desde o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023 pelo grupo islâmico palestino Hamas.

“Para todos os estrangeiros residentes que se juntaram aos protestos pró-jihadistas, nós os avisamos: em 2025, nós os encontraremos e os deportaremos”, disse Trump no informativo. “Também cancelarei rapidamente os vistos de estudante de todos os simpatizantes do Hamas nos campi universitários, que estão infestados de radicalismo como nunca antes.”

Os ataques do Hamas e a subsequente reação israelense a Gaza levaram a vários meses de protestos pró-palestinos que agitaram diversas universidades dos EUA, com grupos de direitos civis documentando o aumento de incidentes antissemitas, antiárabes e islamofóbicos.

Assim, o decreto exigirá que os líderes de agências e departamentos forneçam à Casa Branca recomendações sobre todas as autoridades criminais e civis que poderiam ser usadas para combater o antissemitismo, e exigirá “a remoção de estrangeiros residentes que violarem nossas leis”. O prazo para o envio dessas informações é de até 60 dias.

Muitos manifestantes pró-palestinos negaram apoio ao Hamas ou envolvimento em atos antissemitas e disseram que estavam se manifestando contra o ataque militar de Israel a Gaza, onde as autoridades de saúde dizem que mais de 47 mil pessoas foram mortas.

O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, um grande grupo de defesa dos muçulmanos, acusou o governo Trump de atacar a “liberdade de expressão e a humanidade palestina sob o pretexto de combater o antissemitismo” e descreveu o decreto desta quarta-feira como “desonesto, amplo e inexequível”.

Durante sua campanha eleitoral de 2024, Trump prometeu deportar aqueles que ele chamou de estudantes “pró-Hamas” que estão nos Estados Unidos com vistos.

Em seu primeiro dia no cargo, Trump assinou um decreto que, segundo grupos de direitos, estabelece as bases para o restabelecimento de uma proibição de viajantes de países predominantemente muçulmanos ou árabes, e oferece autoridades mais amplas para usar a exclusão ideológica para negar pedidos de visto e remover indivíduos que já estão no país.

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reuters@moneytimes.com.br
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