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Adeus, Disney? Ação de CVC (CVCB3) despenca 13% nesta quinta; veja o motivo

28 nov 2024, 15:40 - atualizado em 28 nov 2024, 18:42
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Ações da CVC caem mais de 10% com pressão do dólar e juros futuros após pacote fiscal e isenção do IR para salários de até R$ 5 mil (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da CVC (CVCB3) voltaram a figurar entre as maiores perdas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (25), em dia de forte aversão ao risco na bolsa brasileira. 

CVCB3 encerrou o dia com baixa de 13,38%%, a R$ 2,33. Na mínima do dia, o papel da companhia de turismo caiu 14,5% (R$ 2,72).  Acompanhe o Tempo Real. 

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O que derruba os papéis de CVC hoje?  

As ações CVCB3 têm forte baixa em meio à valorização do dólar à vista (USDBRL) na comparação com o real, que superou a cotação de R$ 6 pela primeira vez na história. 

Com a deterioração do mercado doméstico após o anúncio do pacote fiscal pelo governo, há também a pressão da curva de juros (DIs). Todos os vencimentos avançam mais de 30 pontos-base em relação ao ajuste anterior e os vértices mais longos já precificam uma taxa de juros acima de 14%.

Em linhas gerais, um dólar mais forte e a alta na curva de juros, tendem a resultar em uma taxa de juros elevada por mais tempo — o que impacta o consumo das famílias. Sendo assim, há a redução da procura e da compra de pacotes de viagens e a reserva de hospedagens, principalmente no exterior, mesmo com a proximidade da Black Friday

Por que o dólar e os juros sobem

A disparada da moeda norte-americana acontece após o anúncio do pacote fiscal, que incluiu a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil mensais —  uma das promessas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o corte de e R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, sendo R$ 30,6 bilhões em 2025 e R$ 41,3 bilhões em 2026. O impacto estimado até 2030 é de R$ 327 bilhões.

Segundo o chefe da pasta econômica, o impacto da isenção do IR será “neutralizado” por um aumento na taxação de salários acima de R$ 50 mil — o que tem sido considerado “insuficiente” pelo mercado.