Adeus “AAA”: Moody’s faz alerta sobre paralisação do governo dos EUA
O governo dos Estados Unidos volta a ficar pressionado pela ameaça de uma paralisação, repetindo o drama vivido nos últimos dias de maio.
O Congresso americano tem até o dia 30 de setembro, ou seja, o próximo sábado, para renovar o financiamento das agências federais.
Sem esta permissão, trabalhadores de diversos serviços essenciais, como controladores de tráfego aéreo, serviço de meteorologia e membros do Departamento de Defesa vão parar de receber salários e poderão cessar suas atividades.
Ao todo, são 12 leis orçamentárias que aguardam aprovação da Câmara dos Representantes, que possui maioria republicana.
Assim como ocorreu durante as negociações para a suspensão do teto da dívida, parte dos republicanos negociam a aprovação das leis orçamentárias em troca de corte de gastos nas agências e maior rigor fiscal da administração Biden.
Enquanto a questão permanece assombrando o governo federal, a Moody’s, uma das três maiores agências de nota de crédito do mundo, emitiu um alerta.
Segundo o serviço de investidores da agência, uma paralisação do governo viria de “crédito negativo” para os EUA. Embora veja um efeito localizado em agências com maior dependência do financiamento público, a ausência de um acordo ressaltaria a fraqueza da governança institucional norte-americana em relação a outros países.
A Moody’s é a única das três maiores agências que ainda mantém uma avalição “AAA” para o governo americano. Fitch e S&P já haviam reduzido suas avaliações após as negociações que levaram à suspensão do pagamento da dívida americana de US$ 31 bilhões (agora avaliada em US$ 33 bilhões) por dois anos.
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Governo dos EUA teve atividades ‘penduradas’ por 21 vezes na história
A história das paralisações do governo americano é extensa. Já foram 21 vezes em que agências governamentais passaram por períodos de atraso de pagamento e cessão de atividades; o evento costuma refletir momentos de alta divisão política entre os poderes Executivo e Legislativo.
A última paralisação, e mais longa de toda a era moderna, ocorreu sob Donald Trump. Em dezembro de 2018, o governo americano permaneceu 34 dias sem poder financiar agências. Um acordo foi aprovado somente em janeiro, com a anuência dos democratas que controlavam a Câmara naquela época.