Acusado de mentir, Pazuello diz que compromisso com verdade vai além da CPI
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quinta-feira à CPI da Covid no Senado que versões inseridas nas perguntas dirigidas a ele na comissão divergem das que ele apresenta, e disse que seu respeito à verdade está muito além da CPI, após ter sido acusado na véspera de mentir aos senadores.
Ministro que mais tempo permaneceu à frente da Saúde durante a pandemia, Pazuello fez questão de lembrar, quando falava de seu compromisso com a verdade, que é general do Exército.
O ex-ministro voltou à CPI nesta quinta-feira pelo segundo dia seguido para prestar depoimento. Na véspera, ele foi acusado de mentir sobre questões como compra de vacinas e a crise de falta de oxigênio em Manaus.
Nesta quinta, ele conferiu a responsabilidade pela escassez de oxigênio em Manaus no início do ano à empresa White Martins, por não ter comunicado as autoridades das baixas em seus estoques, e à Secretaria de Saúde do Estado.
Pazuello argumentou ainda que o TrateCov, aplicativo anunciado pelo então ministro em Manaus em 14 de janeiro, tratava-se inicialmente de uma tentativa de auxiliar os médicos e agilizar os diagnósticos de Covid-19.
Segundo ele, a plataforma foi lançada sem estar concluída e só esteve disponível na internet a partir de um “roubo” de um hacker.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), argumentou que o aplicativo chegou a ser veiculado na TV Brasil. O relator Renan Calheiros (MDB-AL), por sua vez, lembrou que a retirada do ar não exime o fato de a plataforma ter sido propagandeada.
O aplicativo indicava o uso de medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina, que não têm eficiência comprovada contra a doença e que podem provocar efeitos colaterais graves.