Açúcar

Açúcar: voo de galinha reforça falta de suporte à safra de previsões baixistas

07 nov 2019, 16:54 - atualizado em 07 nov 2019, 16:54
Safra de cana ainda em início na Índia não sustenta base para previsões mais pessimistas (Imagem: REUTERS/Marcelo Teixeira)

A alta de 20 pontos do açúcar há dois dias, quando fechou em 12.70 centavos de dólar por libra-peso, reforça o voo de galinha que a commodity vive em Nova York a cada indicação de produção menor ou déficit global. Não há suporte para previsões mais baixas, seja de consultorias, como da FC Stone há alguns dias, seja de entidades representativas, como da Índia, na terça (5).

É a temporada de estimativas baixistas, sempre na transição entre o começo da colheita da Índia e o fim da brasileira (Centro-Sul).

A Isma lançou previsão de produção de 26 milhões de toneladas entre os associados indianos, mas o mercado tratou de corrigir ontem e hoje (7), mais um pouco. O março/20, driver, devolveu 20 pontos, ou quase 1,60%, e o açúcar saiu da ICE Futures em 12.36 c/lp.

“As entidades indianas costumam jogar para baixo em início de safra suas previsões, tentando um ganho em Nova York que compense um pouco seus altos custos de produção, mas os fundamentos não asseguram essa tendência’, explica Maurício Muruci, da Safras & Mercado.

A Safra trabalha com cenário de 31 milhões de toneladas – 30 milhões/t em condições pioradas -, levando em conta o desempenho da safra, mais a falta de controle que as associações indianas e o governo têm sobre os números, em ambiente muito capilarizado de milhões de produtores e algumas centenas de indústrias.

Muruci lembra também que o USDA trabalha com 29 milhões/t, mas que também pode rever para cima, como o fez em relação a safra recém-findada.

O analista igualmente duvida do peso cambial no Brasil formando preços em Nova York. “De 10 a 15% é o máximo, até porque o Brasil produz e exporta cada menos açúcar”, argumenta.

A FAO, órgão da ONU para alimentação, em relatório confuso, cortou projeções de produção global, no entanto também apresentou dados sobre recuo no consumo. O mercado ignorou.

 

 

 

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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