Açúcar: rolagem do contrato março soma com safras da Índia e do Brasil e cotação desce 3%
Após valorização da véspera, com o mercado comprando o açúcar de março em momento de baixa de vários pregões em Nova York, nesta quarta (2) os fundos penalizam duramente a commodity.
Mesmo com os mercados financeiros internacionais menos vendidos – dólar index em queda -, as condições da nova safra brasileira e a indiana, que corre neste momento, estão levando abaixo dos 18 centavos de dólar por libra-peso. Apesar de não ser mais novidade.
“Está havendo muita rolagem de posição, além do Brent [petróleo] que caiu”, acentua Maurício Muruci, da Safras & Mercados, para quem essa estruturação de ‘spread calendário’ pesou mais. O mercado está rolando o março, que vence neste final de mês, enquanto o petróleo já vale o abril na bolsa de commodities de Londres.
A menos de 50 minutos para encerrar os trabalhos na ICE Futures, o derivativo cai 3%, estando em 17,93 c/lp.
A entrega brasileira vai sendo mais estimada à medida em que a entressafra se arrasta bem chuvosa no Centro-Sul, alimentando uma recuperação que pode ficar até acima da prevista em dezembro.
O volume de cana deve alcançar as 560 milhões de toneladas, avalia a Safras & Mercados, que em novembro falava em 540 milhões/t.
Na temporada 21/22 chegou a 521 mihões/t, que se conclui em quebra de mais de 80 milhões/t sobre a safra anterior, segundo dados da Unica.
“Mas, sim, podemos ajustar mais na frente, continuando as boas condições de chuvas atuais”, diz o analista de sucroenergia da Safras.