Açúcar: mercado busca teto mais alto para quando as chuvas começarem para valer
A movimentação do açúcar em Nova York, em escalada ininterrupta dos 12.92 centavos de dólar por libra-peso, de 16 setembro, para os acima dos 14 c/lp, está mais próxima da especulação do que dos fundamentos. A seca sobre o Centro-Sul brasileiro (e um apoio da alta do petróleo), sobre o qual repousam as justificativas, não seria para tanto, ainda.
Traders e investidores estão operando tecnicamente, buscando um teto mais elevado para quando as chuvas começarem, evitando quedas mais fortes depois, também contra os fundamentos de baixa asiáticos.
Mesmo que possíveis prejuízos estejam sendo relatados com produtores e consultorias para a cana do ano que vem, estaria cedo para uma contabilidade mais precisa e, tendo vista, que a “estação chuvosa começa para valer a partir de novembro”, avalia Maurício Muruci, da Safras & Mercado.
A partir do próximo mês, sim, que, sem precipitação significativa, a precificação de hoje deveria entrar nas telas da bolsa de mercadorias, destaca em relatório aos clientes.
A produção da Índia e Tailândia, com safras recém-iniciadas, irão, respectivamente, a 35 milhões (de 26 milhões/t na anterior) e 12 milhões/t (de 8 milhões/t), segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Além de um apelo dos produtores indianos pedindo ao governo mais subsídios para aumentarem as exportações, no que devem costumeiramente ser atendidos, ante uma queda de consumo interno muito acentuada pela pandemia.
A China também vai produzir mais açúcar e o próprio Brasil deve partir para outro nível superior do adoçante, explica Muruci.