Açúcar: Índia mostra que commodity deve se desatrelar (para baixo) das confusões do petróleo
A desconfiança com a safra brasileira de cana-de-açúcar 22/23 e, depois, a confusão do mercado do petróleo (liberação de estoques dos EUA e variante ômicron da covid), deram margem à especulação sobre o açúcar e ainda retardam a entrada nos preços da oferta maior da Ásia.
Neste momento (13h40), por exemplo, sobe cerca de 0,65%, no março, a 18,71 c/lp, atribuído à melhora das cotações do óleo cru em Londres.
Mas a indicação de que a Índia aumentou sua produção no início da sua safra, conforme noticiado nesta quinta (2), e caminha para celebrar um ciclo bom – e ainda para fechar com exportações acima da cota de subsídios do governo -, vão acabar batendo em Nova York mais dia, menos dia.
Os dados da Isma, que reúne as empresas indianas, apontam 10% a mais de produção do adoçante, para 4,7 milhões de toneladas, nos dois primeiros meses de processamento frente ao mesmo período de 2020.
Reflete, também, o que já disse Maurício Muruci, de Safras & mercado, ao Money Times que a produção total deverá bater em 36 milhões/t.
Quanto às exportações, a meta de 6 milhões de toneladas mostra que pode ser superada, já que no mesmo informe se destaca que 3,5 milhões/t foram fixadas em contratos externos de entrega.
A esses números da Índia, se somam as 12 milhões/t da Tailândia, o terceiro maior ator global da sucroenergia, saindo de 7 para 12 milhões/t, com vendas internacionais acima da metade.
São números que poderão anular a safra 22/23 do Brasil, com recuperação de torno de 20 a 30 milhões a mais de cana sobre a que está acabando, que quebrou para 520 milhões/aproximadamente.