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Açúcar: Hedgepoint vê tendência de baixa no mercado e estima preço na entressafra do Brasil; entenda

15 jul 2024, 16:26 - atualizado em 15 jul 2024, 16:26
AÇÚCAR la niña
La Niña mais, clima favorável, aumento de produtividade e maior disponibilidade para o açúcar estão entre os fatores de queda nos preços (Imagem: REUTERS/Ajay Verma)

Em novo relatório para o setor de açúcar, a Hedgepoint Global Markets aponta para uma tendência de baixa no mercado internacional da commodity. De forma geral, o clima favorável e um La Niña mais fraco estão entre os motivos.

De acordo com Lívea Coda, analista de açúcar e etanol da Hedgepoint, apesar do foco do mercado nos problemas climáticos do Centro-Sul do Brasil, alguns fatores pesam negativamente para os preços.

“As chuvas de monções estão progredindo bem e a intensidade do La Niña foi revisada para baixo, espera-se que as condições climáticas na Tailândia melhorem. A agência Mars continua otimista em relação a produtividade da UE e esperam que a China tenha maior disponibilidade. Além desses pontos, na semana passada, o mercado finalmente percebeu que a Índia pode ser um pouco mais baixista do que a maioria dos analistas previam”, explica.

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De acordo com a CNBC Newswire, a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (Isma) propôs cotas de exportação para equilibrar o excesso de estoques. Entretanto, é improvável que o governo permita qualquer exportação na temporada 2023/24.

“Isso sugere que a Índia poderá retornar aos fluxos comerciais na temporada 24/25, conforme discutido anteriormente. Uma vez confirmado que há oferta suficiente para o desvio de etanol e a demanda doméstica, o governo poderia permitir exportações de 1,5 a 2 milhões de toneladas, o que se alinha com nossas estimativas anteriores. Essa entrevista e o otimismo com relação à disponibilidade de açúcar indiano foram os principais motivos da correção de preços na última terça, juntamente com algumas chuvas na região Centro-Sul do Brasil”, explica a analista.

Dessa maneira, o otimismo recém-descoberto para Índia é impulsionado, em grande parte, pelas condições climáticas favoráveis, com as monções chegando na hora certa, ou até mesmo um pouco antes do previsto. “Essas chuvas oportunas forneceram água suficiente para o desenvolvimento da cana, pelo menos por enquanto”, completa Coda.

Aumento de área na Índia e piso para o açúcar

Fora essas questões, o Departamento de Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores da Índia divulgou um aumento na área semeada de cana, de 5,5 milhões de hectares para 5,7 milhões de hectares, o que também é positivo para as expectativas de 25/26.

“É claro que, embora muitos argumentem que esses números podem não refletir a realidade, parece estranho apostar em um declínio acentuado da área quando a cana continua sendo uma das culturas mais bem remuneradas para o agricultor médio”, vê a analista.

Além disso, a maioria dos estados produtores de cana tem umidade do solo próxima ou acima da média. Em Uttar Pradesh, a menor precipitação em junho pode ter sido benéfica para reduzir a ocorrência da doença “hed-hot”.

Portanto, tudo atualmente apoia a visão de exportações em 24/25. Entretanto, os preços precisam ser suficientes para cobrir a paridade das exportações.

Segundo a Hedgepoint, há duas medidas diferentes a considerar: o custo das exportações, definido pelo nível do Preço Mínimo de Venda (MSP em inglês) em 17,13 c/lb, e o Preço Doméstico Atual (PDA) em Mumbai, que está em 21,01 c/lb. Este último representa o nível de preço no qual as usinas indianas ficariam indiferentes entre vender no mercado interno ou internacional. Com uma forte demanda, um prêmio poderia ser adicionado a esses dois preços.

“À medida que o país acumula estoques e a nova temporada começa, podemos ver uma correção do preço doméstico, ajustando o nível de indiferença”, pondera. Tirando a média entre o MSP e do PDA, pode-se esperar que o nível de indiferença fique em torno de 19 c/lb sem um prêmio. Se a demanda continuar forte e um prêmio for adicionado, o nível seria de 20,15 c/lb. O que isso significa? Em nossa opinião, esse pode ser piso para o preço do açúcar durante o período mais altista, durante a temporada de entressafra brasileira quando os fluxos comerciais dependem mais do Hemisfério Norte”

 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
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