Açúcar foi de doce para amargo e grãos podem surpreender: Veja o que dizem os analistas sobre o setor
Durante o mês de maio, o desempenho do açúcar nesse início da colheita no Centro-Sul levou a commodity ao menor nível em 18 meses. Além disso, o mix açucareiro em alta deixou a leitura inexata sobre potencial de safra.
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Em relatório assinado por Samuel Isaak, Martha Matsumura, Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, a XP Investimentos aponta também que o Brasil vem se destacando em competitividade perante a soja.
Ao roubar a demanda de exportação dos EUA para a safra 24/25 e início de colheita da safrinha, os analistas ponderam sobre a possibilidade disso também trazer mais competitividade ao milho brasileiro.
Além do açúcar, o que dizem os analistas sobre o setor?
Grãos
- Soja
A Central de Material e Esterilização (CME) registrou alta na última semana, em reflexo das chuvas no Rio Grande do Sul (RS). Na visão dos analistas, uma quebra no Estado é estimada em 5% por agentes locais.
“Chuvas iniciaram com 76% da soja colhida, hoje a colheita chega a 85%, mas toda área restante impactada por alta umidade.”
- Milho
Nos Estados Unidos (EUA), o plantio está levemente atrasado. Assim, elevando risco de áreas mais expostas ao calor e seca no fim do ciclo de crescimento.
“No Brasil, começa timidamente colheita em alguns Estados, Mato Grosso tem 0,5% colhido, PR ainda não chega a 0,1%”, dizem os analistas.
- Trigo
A incerteza com safra russa ainda é refletida na commodity, cujo consenso parece estar mais perto de 85/86 milhões a tonelada, contra USDA com 88 milhões a tonelada.
A estimativa independente no Kansas traz melhora de produtividade no trigo de inverno.
Carnes
- Bovino
Segundo o relatório, houve um alongamento das escalas de abate e queda no preço do boi gordo.
Isso porque o volume robusto de oferta de animais neste início de ano, o fim antecipado das chuvas e o calor no Centro-Oeste tem forçado ajuste de lotação nos pastos.
Mesmo com volumes de exportação fortes neste início de maio, o preço médio da carne exportada contra abril caiu 1%.
- Frango
Para a felicidade dos que trabalham no setor, o Brasil não registrou nenhum novo caso de gripe em ave silvestre desde 26 de abril.
Dessa forma, o preço da carne de frango exportada registrou queda no dado preliminar de maio, de 3% abaixo do registrado em abril.
“A colheita de milho traz alívio de oferta do grão no curto prazo e alojamento de pintainhos em maio deve seguir média diária de abril”, ponderam.
- Suíno
O preço da carne exportada também registrou queda em abril, de 1%, enquanto os dados de abate mostram leve retração de 1,6% no primeiro trimestre de 2024 (1T24).
Açúcar
Na última semana, o açúcar estendeu-se em perdas, e atingiu o menor nível em um ano e meio.
Segundo os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a produção de açúcar no Centro-Sul registrou um montante de 2,6 milhões a tonelada em abril — aumento de 66% ano a ano.
“A cana moída está 43% acima de 2023, impulsionada pelo clima seco. Porém, a seca pode reduzir produtividades à medida que a colheita avança”, informam os analistas.
Além disso, enquanto a Índia espera que monções iniciem em 31 de maio, dentro do normal, a Austrália, a maior produtora de açúcar, informou que greves irão atrasar o início da moagem.
No caso da Indonésia, foi estabelecida uma meta de aumentar a produção de açúcar para 2,59 milhões a tonelada, em 2024, impulsionada por área.
Etanol
No etanol, a paridade na bomba ficou estável a 65,4% da gasolina. Segundo os analistas, o hidratado no atacado caiu 2,63% no mês com avanço da safra.
Para os analistas, as recentes mudanças na Petrobras (PETR3; PETR4) trazem à tona as dúvidas sobre a precificação da gasolina.