Açúcar e álcool: XP sugere investir na Raízen (RAIZ4), mas ação não é favorita do setor; veja a top pick
Em atualização de perspectivas para o setor de açúcar e álcool, a XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da Raízen (RAIZ4) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9,60, o que implica um potencial de alta de aproximadamente 40% sobre a cotação atual.
Na avaliação da corretora, a companhia está aproveitando a tendência positiva de curto prazo. Os preços elevados de açúcar e etanol, que impulsionaram as receitas e o lucro da Raízen na safra 2021/22, devem manter uma dinâmica positiva na temporada 2022/23.
“Devido ao seu DNA comercial, não só a produção própria foi impactada positivamente, mas também a operação de revenda, uma vez que a empresa também comercializa etanol e açúcar de outros players, proporcionando mais uma fonte de receita e um entendimento mais profundo da dinâmica do mercado”, comentam Leonardo Alencar, head de agro, alimentos e bebidas da XP, e Pedro Fonseca, analista setorial da corretora, em relatório atualizado nesta segunda-feira (25).
Outro aspecto positivo do case para a XP é a capacidade de arbitragem que a Raízen está construindo por meio de novas fontes renováveis de energia, como E2G e biogás.
“Todas elas poderiam ter um papel transformador na empresa conforme o processo de transição energética em curso em todo o mundo avança”, afirmam Alencar e Fonseca.
São Martinho rebaixada
Na mesma leva de atualizações do setor, a XP rebaixou a recomendação da São Martinho (SMTO3) para “neutro” em função da alta expressiva no acumulado do ano, de 37% (ante +10% de Raízen e -2% de Jalles Machado [JALL3]).
O time de análise vê crescimento limitado para os resultados da companhia nos próximos anos, além de uma acomodação das margens, ainda que acima dos níveis históricos.
Mesmo assim, as perspectivas são positivas para a empresa, que “ocupa uma posição de referência no setor”, lembra a XP.
Top pick
Apesar de indicar a compra da ação da Raízen, a empresa da Cosan (CSAN3) não é a ação favorita da corretora no setor. Essa posição está reservada à Jalles.
A XP enxerga a empresa com desempenho “irracionalmente inferior” em relação aos pares, o que pode ser interpretado como uma reação do mercado:
- à sua menor liquidez;
- a preocupações com a potencial M&A (fusões e aquisições) prometida no IPO; e
- a interrupções na cadeia de suprimentos, afetando embarques de açúcar orgânico no curto prazo (algo que a XP acredita que será restabelecido após o afrouxamento das restrições por conta da pandemia de Covid-19).
Na opinião da XP, a Jalles poderia merecer um prêmio devido à sua posição de liderança global em açúcar orgânico, que traz menor volatilidade aos resultados. Porém, em um contexto de alta de preços de commodities, o potencial de valorização do açúcar orgânico é menor.
A XP tem recomendação de compra para a ação e novo preço-alvo de R$ 15,70 ao fim de março de 2023 (contra R$ 14,20 para março de 2022).
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