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Açúcar cristal recua no ano refletindo carregamento estatístico das altas de 2021

07 nov 2022, 9:53 - atualizado em 07 nov 2022, 9:53
Açúcar
Açúcar no mercado física sofre derrocada de preços em outubro. Leia a Coluna do Mauricio Muruci, da Safras & Mercados. (Imagem: Pixabay/422737)

O mercado físico de açúcar teve um mês de outubro marcado por fortes quedas no comparativo anual do cristal com até 150 Icumsa, ao mesmo tempo que na margem, frente ao mês anterior, os preços apresentaram leves ganhos.

Isto aconteceu diante do carregamento estatístico observado sobre os preços mais altos do ano passado, quando, até então, uma seca histórica atingiu os canaviais do Centro-Sul derrubando a produção de cana-de-açúcar de 605 para 524 milhões de toneladas.

Com isto os preços internos tiveram sólida fundamentação para ganhos que, já agora em 2022, trazem forte carregamento estatístico sobre as médias mais recentes, observadas em outubro deste ano.

De fato, uma baixa de 25% no ano não denota o tom de sólida estabilidade e leves ganhos que se observam na margem.

Isto porque comparando as médias de setembro e outubro deste ano podemos ver um crescimento de quase 1,5% ao saírem de R$ 124,06 para R$ 125,87 a saca de 50 kg para o cristal com até 150 Icumsa.

Para novembro, a Safras & Mercado espera médias levemente mais altas, na faixa de R$ 127,00, que deve provocar novos ganhos de 0,90% na margem.

Este gradual tom de elevação nos preços responde mais a uma nova realidade de mercado que mostra, de um lado, o término da safra corrente 2022/23 na região e, de outro, o de uma temporada de recuperação produtiva que acaba culminando com uma disponibilidade de oferta maior, junto a pressões negativas mais intensas nos preços.

Expectativas

A Safras & Mercado manteve a sua expectativa para um volume de cana de 545 milhões de toneladas sobre o Centro-Sul mesmo depois dos dados do segundo levantamento da Conab que pontaram um volume de 514 milhões de toneladas para a região.

Para a safra 2023/24 a Safras & Mercado projeta uma nova recuperação sobre os volumes da safra corrente, com os canaviais podendo render 565 milhões de toneladas.

Isto pode acabar limitando a capacidade de reação dos preços do cristal com até 150 Icumsa ao longo da próxima entressafra, com intensidades de ganhos bem mais comportadas e limitadas do que inicialmente se esperada ao longo dos canaviais do Centro-Sul.

Estatisticamente é possível observar a manutenção de um padrão de defasagem anual acima dos 20% entre os meses de setembro e outubro, com níveis de queda bem mais profundos frente ao padrão de 4% vistos entre junho e julho.

Com a expectativa da SAFRAS & Mercado de preços na faixa de R$ 127 a saca para novembro, este padrão de baixas acima dos 20% deve se intensificar com uma variação negativa anual esperada de 28% sobre as médias de novembro.

Isto também deve reduzir o padrão de vantagem dos preços correntes frente a média histórica de cinco anos para o mesmo período para níveis inferiores a 10%, sendo um grande ponto de impacto para este mês.

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