Açúcar: contra fundamentos duvidosos de alta, fundos compram o risco e cotações têm máximas
Já na segunda-feira o açúcar bruto em Nova York rompeu as máximas em quase 3,5 anos. Ontem e nesta quarta (6), as renovou, com o março subindo mais 1,12% e fechando em 16,30 centavos de dólar por libra-peso.
Os fundos estão comprando o risco de commodities como no mercado financeiro os ativos sobem ao redor do mundo, humor que se deve também às expectativas de vacinação global em massa (menos no Brasil).
Há correntes, entre analistas e tradings, buscando fundamentos sobre risco de déficit global. A Alvean, joint-venture entre Copersucar e Cargill, fala em 5 milhões de toneladas nesta safra e mais 6 milhões na 21/22.
A quebra viria da Tailândia e do Brasil. Do país do sudeste asiático, o USDA não vê isso no seu último relatório.
Do Brasil, mesmo que haja menor produção de cana depois da seca, não se garante menor produção de açúcar porque o gatilho do etanol poderá fazer a diferença. Se o câmbio compensar, com em 2020, e o consumo de combustíveis sofrer com a pandemia seguindo seu curso, certamente a chave das usinas virará para a commodity.
Lembram, ainda, que a Índia poderá exportar menos que as 6 milhões/t agendadas, depois que os subsídios governamentais vieram menores, US$ 80 por tonelada frente aos US$ 140 aguardados.
Mas não deixa de ser subsídio. Se a economia doméstica não aguentar absorver parte desse lote, apesar de que a vacinação por lá está por começar, o país terá que exportar compulsoriamente.
Só que a Índia está indo para uma safra grande, portanto tem mais açúcar saindo. De outubro a dezembro, os três primeiros meses do ano-comercial da cana indiana, se produziu 11 milhões/t de açúcar, 42% na comparação anual.