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Açúcar: clima e impostos sobre combustíveis no Brasil são pontos de atenção

01 fev 2022, 10:00 - atualizado em 01 fev 2022, 10:48
Açúcar, India
As chuvas têm ficado abaixo dos níveis históricos, mas em patamar suficiente para garantir o bom desenvolvimento da cana-de-açúcar (Imagem: Reuters/Rajendra Jadhav)

As condições climáticas no Centro-Sul do Brasil e a possibilidade de redução nos impostos de combustíveis estão entre os principais pontos de atenção para a safra de açúcar 2022/23 na região, afirma a S&P Global Platts Analytics.

De acordo com a companhia, as chuvas têm ficado abaixo dos níveis históricos, mas em patamar suficiente para garantir o bom desenvolvimento da cana-de-açúcar. Em São Paulo, que produz quase 60% da cana do Centro-Sul brasileiro, o desenvolvimento estava próximo do normal até o início do mês, segundo simulação do TempoCampo, mas em Estados como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, a situação está abaixo do histórico e mais próxima do ano anterior.

“O crescimento da cana nos próximos dois meses pode definir o início da safra no Centro-Sul do Brasil”, afirma a S&P Global Platts Analytics. “Alguns grupos disseram que deveriam adiar o início da safra se o crescimento da cana for atrasado.”

Entre fevereiro e abril, a previsão de longo prazo sugere chuvas próximas ou acima da média histórica nas principais regiões produtoras de cana. “Uma previsão meteorológica normal suporta nossa estimativa atual de moagem de cana de 555 milhões de toneladas para o CS Brasil 2022-23”, informa a companhia, acrescentando que se a menor ocorrência de chuvas persistir, “pode haver um risco negativo para os números”.

Quanto aos impostos sobre combustíveis, a S&P Global Platts Analytics afirma que se os tributos federais para gasolina e etanol hidratado forem zerados e as mudanças forem repassadas ao longo da cadeia, “os preços da gasolina na bomba ganhariam até 8 pontos porcentuais de vantagem sobre o hidratado. Isso pode reduzir a demanda de etanol e, consequentemente, impactar os preços do etanol nas usinas, afetando o mix de açúcar na safra 2022/23”.