Açúcar: China forte, Brasil fora das vendas em outubro e Tailândia com problemas sustentam preços
Na medida em que o Brasil vai embarcando o açúcar já fixado, em volumes recordes, e cada vez mais próximo do final, o mercado internacional vai levando para os preços de Nova York uma combinação de variáveis que estão sustentando as cotações.
O outubro, desde que saiu dos 11,49 centavos de dólar por libra-peso, em 24 de julho, permanece firme perto dos 13 c/lp, ao redor de 10h20 (Brasília). E o março também segue com alta semelhante, em torno de 1,40%, em praticamente 13,50 c/lp, sob olhares ainda da entressafra do Brasil.
Para a trading francesa Sucden, a China acelerando as compras é o fator mais forte, junto com uma expectativa de safra menor na Tailândia, a partir de outubro, quando deverá ter acabado a commodity brasileira deste ciclo no Centro-Sul.
“O fundamento chinês é forte, pesado, e parece que a safra tailandesa não vem com desenvolvimento bom”, explica Eduardo Sai, executivo da empresa.
A Thai Sugar Millers Corp. estima um período de 7 milhões de toneladas, bem abaixo das estimativas, depois de semanas de seca. Embora as chuvas de monções tenham voltado nos últimos dias em níveis bons, a entidade enxerga prejuízos acumulados.
A safra da Índia, em torno das 32 milhões de toneladas, está dentro das expectativas, mas os agentes tendem a testarem a continuidade do apetite chinês contra a menor produção tailandesa e a ausência do Brasil.
“O mercado se antecipa mesmo”, diz Sia, lembrando, por exemplo, que os fundos viraram para longs.
Para Maurício Muruci, da Safras & Mercado, o Brasil escasseando sua oferta e caminhando para o final de safra mais alcooleiro estão, sim, dando sustentação. Em paralelo, os pacotes de estímulos às economias globais injetam possibilidade de demanda maior pela commodity, complementa.