Açúcar bruto fecha em baixa após tocar máxima de 2 meses e meio; café recua
Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE fecharam em baixa nesta quarta-feira, devolvendo ganhos iniciais que haviam levado a commodity a uma máxima de dois meses e meio, com apoio do aumento nos preços do etanol e preocupações do mercado com a safra de cana-de-açúcar do Brasil.
O café arábica também recuou, afastando-se de máximas recentes.
Açúcar
O açúcar bruto para julho fechou em queda de 0,26 centavo de dólar, ou 1,4%, a 17,84 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido mais cedo o maior nível desde o final de fevereiro, a 18,25 centavos, uma máxima contratual.
O Rabobank espera que os contratos julho e outubro do açúcar bruto sejam negociados entre 15,50 centavos e 18,50 centavos de dólar por libra-peso, devido principalmente ao aumento nos preços do etanol no Brasil, o que tende a incentivar usinas do país a destinar mais cana para a produção de etanol, em detrimento do açúcar.
O banco, porém, alertou que “como a maior parte do açúcar (brasileiro) já está comprometido (para vendas), os preços do etanol precisarão subir consideravelmente mais para que o biocombustível obtenha uma parcela maior da cana”.
A produção de açúcar do Brasil caiu 25% na segunda quinzena de abril ante igual período do ano anterior, para 1,51 milhão de toneladas, com os rendimentos da cana ficando mais de 10% abaixo dos níveis registrados no ano passado, afirmou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta quarta-feira.
As importações de açúcar pela China na temporada 2020/21, que vai até o fim de setembro, deverão atingir 4,5 milhões de toneladas, ante 3,76 milhões no ano passado, segundo informações.
O açúcar branco para agosto recuou 0,5%, para 478,10 dólares a tonelada.
Café
O contrato julho do café arábica fechou em queda de 3,6 centavos de dólar, ou 2,4%, a 1,465 dólar por libra-peso, após ter alcançado uma máxima de quatro anos na semana passada, a 1,5540 dólar.
O Brasil exportou 7% menos café verde em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, em meio a restrições relacionadas à Covid-19 e uma escassez de contêineres.
Preocupações com a atual safra do Brasil estão impulsionando o arábica, embora o Rabobank alerte que a colheita será melhor do que o esperado em algumas áreas.
Apesar disso, o banco elevou sua previsão para o contrato julho do café arábica para um nível entre 1,33 dólar e 1,57 dólar por libra-peso, devido à valorização do real.
O café robusta para julho fechou em baixa de 18 dólares, ou 1,2%, a 1.514 dólares a tonelada.
As exportações de café do Vietnã, maior produtor de robusta do mundo, recuaram 22,1% em abril ante março.