Açúcar bruto cai 4% na ICE com real fraco e boa oferta
Os contratos futuros de açúcar bruto na ICE caíram acentuadamente nesta terça-feira (17), com o mercado perdendo os níveis de suporte em meio às vendas dos produtores brasileiros, aproveitando a moeda local fraca e a perspectiva de bons suprimentos.
O açúcar bruto fechou em queda de 0,84 centavo, ou 4,1%, a 19,84 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido uma mínima de três meses de 19,76 centavos.
“É o real”, disse um corretor baseado nos EUA quando perguntado sobre os principais fatores para a queda.
A moeda brasileira caiu para uma mínima histórica em relação ao dólar pela manhã, em meio a preocupações com a situação fiscal do país e tentativas fracassadas do banco central de sustentar a moeda.
O real mais fraco leva as usinas no Brasil a vender futuros e aumentar seus ganhos em moeda local.
As perspectivas de oferta melhoraram. A produção brasileira de açúcar no final de novembro foi maior do que o esperado, segundo a associação de produtores Unica.
A Unica assustou o mercado na semana passada e hoje o BRL (real) o colocou ainda mais baixo”, disse o analista de açúcar Claudiu Covrig.
A corretora Hedgepoint Global Markets disse que a safra da Tailândia melhorou tanto em ritmo quanto em rendimento, enquanto a produção de açúcar na China também deverá crescer.
O açúcar branco de março caiu 2,7%, para 515 dólares a tonelada métrica.
Cacau
Os contratos futuros do cacau em Nova York caíram 56 dólares, ou 0,5%, para 11.765 dólares a tonelada, depois de atingirem uma máxima de oito meses de 11.977 dólares.
Uma nota do Commerzbank disse que um aumento significativo nas chegadas aos portos da Costa do Marfim, o maior produtor, em comparação com o mesmo período da temporada passada, é um tanto enganoso porque os níveis do ano passado foram muito baixos.
“Também há preocupações de que os volumes de colheita possam se estabilizar nos próximos meses. Isso se deve ao clima seco”, disse a nota.
O cacau em Londres caiu 0,9%, para 9.266 libras por tonelada, depois de registrar uma máxima de 7 meses e meio de 9.501 libras.
Café
Os contratos futuros do café arábica na ICE caíram 0,7%, para 3,2495 dólares por libra-peso, ficando ainda mais abaixo da máxima 3,4835 dólares registrada na semana passada.
Os negociantes disseram que o foco do mercado permaneceu na safra do próximo ano no Brasil e se os danos causados pela seca deste ano poderiam ser recuperados. Eles observaram que os preços altos intensificariam os esforços para maximizar o potencial restante.
O café robusta perdeu 0,7%, para 5.168 dólares a tonelada.
Os negociantes disseram que a colheita no Vietnã, maior produtor de robusta, estava agora cerca de 30-40% concluída.