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Açúcar: Atrasos no carregamento e El Niño podem fazer preços subirem ainda mais, diz Dreyfus

03 maio 2023, 14:17 - atualizado em 03 maio 2023, 15:26
Açúcar
Enrico Biancheri, chefe da plataforma de açúcar da Dreyfus, disse em uma apresentação durante a New York Sugar Week que o recente aumento no preço do açúcar é justificado (Imagem: Pixabay)

A trading de commodities Louis Dreyfus prevê tempos de espera de pelo menos 30 dias para carregar açúcar no Brasil devido ao congestionamento nos portos e vê potencial para os preços da commodity subirem ainda mais, se o fenômeno climático El Niño prejudicar a produção.

Enrico Biancheri, chefe da plataforma de açúcar da Dreyfus, disse em uma apresentação durante a New York Sugar Week que o recente aumento no preço do açúcar é justificado, pois os produtores de todo o mundo precisam desse sinal para aumentar a produção e evitar grandes déficits de oferta nos próximos anos.

Os contratos futuros de açúcar bruto na ICE subiram para o nível mais alto em quase 12 anos na semana passada devido ao aperto de oferta de curto prazo após quedas de produção em áreas como Índia e China e um atraso no início da colheita no Brasil.

Biancheri disse que o Brasil embarcará 20% a mais de commodities agrícolas nesta temporada, após safras recordes ou quase recordes de soja, açúcar e milho, e os portos estarão estressados.

“Se você tem um navio chegando ao Brasil agora para carregar açúcar, você pode esperar que ele estará lá até o início de junho”, disse ele a corretores internacionais, analistas e produtores de açúcar em Nova York para o Sugar Dinner anual na quinta-feira.

A Dreyfus é um dos maiores players no mercado global de açúcar e foi o quarto maior exportador de açúcar do Brasil no ano passado.

Biancheri disse que os estoques de açúcar estão baixos em todo o mundo, e mais produção é necessária.

Sem açúcar adicional, ele disse que o mercado pode ter um déficit de oferta de mais de 6 milhões de toneladas em 2024/25 e de mais 8 milhões de toneladas em 2025/26.

O executivo acredita que os preços podem subir se o fenômeno climático El Niño que está se desenvolvendo atualmente, segundo os meteorologistas, reduzir as chuvas de monção na Ásia, que são fundamentais para a produção na Índia e na Tailândia.