Açúcar “acabado” para exportação, de valor agregado, deverá ter menor participação ainda
Apesar de ser o maior produtor mundial da commodity, possuir um grande mercado consumidor, e, portanto, uma indústria de porte, a participação nas exportações do açúcar branco é relativamente pequena.
Esse é o adoçante que conhecemos e consumimos refinado ou parcialmente refinado (cristal).
O Brasil não investiu em exportar valor agregado e se fixou na commodity bruta, concentrada em VHP (very high polarization), embarcada nos porões dos navios e que movimenta os grandes volumes nas transações globais.
Com os grandes compradores mundiais de fora desse nicho de negócio – cotado na bolsa de Londres (ICE Europe) -, os embarques brasileiros do produto, carregado em contêineres, praticamente chegam apenas a países mais pobres, que não construíram uma indústria de refino, e com evidentes limitações de compras.
Em 2020, praticamente englobando a safra 20/21, foram exportados em torno de 4 milhões de toneladas, frente ao volume de 27 milhões/t do açúcar bruto, aproveitando-se também de um momento geral de alta da totalidade de açúcares. A receita foi de US$ 1,36 bilhão, de acordo com dados compilados pela Unica junto aos órgãos oficiais.
Para 2021, e garantindo dentro da safra 21/22, que acabará mais cedo, as vendas externas devem sofrer algum recuo, ante os prejuízos que a quebra excepcional da cana no Centro-Sul distribuirá no mix produtivo.
Além disso, o açúcar bruto, cotado em Nova York, viveu períodos de máximas este ano.
No acumulado do ano, o volume de açúcar branco destinado ao mundo chegou a 2,3 milhões de toneladas, seguindo gráficos disponibilizados no site da Unica.