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Acordo da Bunge para comprar processadoras de soja no PR é desfeito em meio a disputas judiciais

31 mar 2021, 12:22 - atualizado em 31 mar 2021, 12:22
Grãos de soja, Argentina
O negócio aumentaria de oito para dez o número de unidades de processamento de oleaginosas da Bunge no Brasil, que é o maior produtor e exportador de soja do mundo (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

O acordo da Bunge para comprar duas unidades de processamento de soja no Brasil foi cancelado em meio a uma batalha judicial prolongada e multijurisdicional envolvendo o vendedor dos ativos, de acordo com documentos relacionados às disputas vistos pela Reuters.

A companhia norte-americana, que não quis comentar o encerramento do acordo para aquisição das usinas, havia assinado o compromisso de compra das duas instalações da Imcopa em maio de 2020.

O negócio aumentaria de oito para dez o número de unidades de processamento de oleaginosas da Bunge no Brasil, que é o maior produtor e exportador de soja do mundo.

A Imcopa, que tenta alienar os ativos para sair da recuperação judicial, comunicou formalmente em juízo o fim do acordo com a Bunge no dia 24 de março, segundo documentos vistos pela Reuters. A empresa também solicitou 120 dias para retomar o processo de venda das fábricas.

O vendedor disse em juízo que as disputas judiciais envolvendo a Cervejaria Petrópolis, que tinha contrato de arrendamento para operar as duas unidades pretendidas pela Bunge –bem como a interferência de duas entidades do Panamá que se diziam credoras dos credores da Imcopa– fizeram o negócio ser desfeito.

A administração da Imcopa e da Cervejaria Petrópolis não comentaram o assunto imediatamente.

Pelos termos do acordo expirado, a Bunge assumiria cerca de 1 bilhão de reais em dívidas vinculadas às unidades; e iria pagar 50 milhões de reais pelas fábricas de esmagamento de soja, que podem processar cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano.