Acordo com Lojas Americanas era o que a BR Distribuidora precisava para alavancar BR Mania
O acordo para a formação de uma joint venture entre Lojas Americanas (LAME4) e BR Distribuidora (BRDT3) foi recebido com bons olhos pelos analistas.
Para o BTG Pactual, o plano da BR de parceria com uma especialista em varejo era a melhor maneira de desbloquear o valor de um negócio que nenhum distribuidor de combustível conquistou com sucesso no Brasil.
“Agora a BR segue os passos muito elogiados da Raízen. Ao juntar forças com a Lojas Americanas, a empresa será capaz de se beneficiar de uma escala muito mais ampla”, argumentam Thiago Duarte e Pedro Soares, que assim o relatório do banco.
De acordo com eles, as redes de combustíveis precisam buscar novos caminhos de diversificação, diante das margens ainda pressionadas dos preços. A dupla calcula que com o acordo, a BR Mania possa aumentar a penetração em até 17%.
“Estamos assumindo que a rede de novas lojas chegará a 1,7 mil postos em 10 anos e a um VPL de R$ 3,4 bilhões para o novo modelo, ou R$ 1,45 por ação”, argumentam.
A XP Investimentos também avalia a iniciativa como positiva. Segundo a corretora, a joint venture criará valor para a companhia por meio de ganhos de escala, diluição de custos de logística e também aceleração da expansão desse formato, em locais de grande fluxo.
“Fizemos uma análise de sensibilidade para tentar quantificar o potencial dessa iniciativa e chegamos em potencial de valorização de curto prazo de até 1,5% ou +7,7% no longo prazo com a expansão de lojas dentro da própria rede de postos da BR Distribuidora combinada com ganhos de eficiência”, calculam Danniela Eiger, Marco Nardini e Thiago Suedt.
Ao todo, a BR Distribuidora possui 7,8 mil postos de gasolina, dos quais 6,6 mil ainda não possuem lojas BR Mania, sendo que o faturamento da rede de conveniência foi de R$ 1,1 bilhão em 2020.