Acordo com AstraZeneca pode ser ampliado em caso de reforço de vacina da Covid-19, diz ministério
O acordo do governo brasileiro com o laboratório britânico AstraZeneca que prevê a compra de 100 milhões de doses da vacina em desenvolvimento pela empresa contra a Covid-19 pode ser ampliado caso se confirme a necessidade de uma dose de reforço, afirmou nesta quarta-feira o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti.
Além da possível ampliação das doses previstas no acordo com a AstraZeneca, que também prevê transferência de tecnologia para futura produção local da vacina no Brasil, o governo federal pode adquirir outras opções de imunização de laboratórios diferentes que também estão desenvolvendo vacinas contra o novo coronavírus.
“Cem milhões de doses é um número que pode ser expandido”, disse Angotti em entrevista coletiva transmitida pela internet.
“Nós partimos de um número de doses e ele é qualificado pela eficácia da vacina, com esses resultados, e com o que tem disponível em termos de doses, se é uma vez ou duas vezes, nós partimos para uma adaptação e uma estratégia”, acrescentou.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana a aplicação de uma segunda dose nos testes realizados no Brasil da possível vacina para Covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.
A Anvisa autorizou a aplicação da chamada dose de reforço por meio de mudança no protocolo da pesquisa da vacina. A justificativa para a mudança, conforme a Anvisa, é que a publicação de alguns resultados mostraram que “a dose de reforço aumenta a chance de imunização”.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de doses da vacina, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, e a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.
Além disso, o acordo prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford para produção local na Fundação Oswaldo Cruz, com previsão do ministério de início ainda no primeiro semestre de 2021 o que foi colocado em dúvida por especialistas ouvidos pelas Reuters devido à complexidade do processo de transferência de tecnologia.
O governo federal destinou 1,9 bilhão de reais para o projeto.