Acordo Azul-Latam pode desaguar em uma joint venture, afirma Ativa
A Azul (AZUL4) deve aproveitar a crise no setor aéreo para aumentar sua participação no mercado, diz Ativa em relatório enviado a clientes.
Segundo a corretora, a empresa já vem em uma sequência de franco crescimento. Dos 95 milhões de passageiros que voaram no Brasil em 2019, 26 o fizeram pela Azul (27,4%).
“A companhia vem ganhando share e com a atual situação de mercado, deve aumentar sua presença nacional”, afirma o analista Ilan Arbetman.
Além disso, ele também enxerga um grande potencial no acordo firmado com a Latam, que possui apenas 18% de sobreposição com a empresa. Arbetman não descarta uma joint venture entre as companhias, por exemplo.
Em junho, as duas aéreas anunciaram compartilhamento de voos, que prevê codeshare para 64 rotas no país, além de acúmulo de pontos nos programas de fidelidade das duas companhias.
Neste primeiro momento, o codeshare terá pousos e decolagens nos aeroportos de Brasília (BSB), Belo Horizonte (CNF), Recife (REC), e Campinas (VCP), chegando, posteriormente, aos aeroportos de Porto Alegre (POA), Curitiba (CWB) e São Paulo – Guarulhos (GRU).
“Sua frota variada disposta de modelos Cessna, ATR, Embraer e Airbus também dialoga com a conectividade e versatilidade que a empresa se dispõe a oferecer”, argumenta.
A Azul também já começa a vislumbrar a retomada do turismo e da base corporativa, que antes da crise, representava dois terços de sua demanda total e com o Covid atingiu 5%.
“No terceiro trimestre, este percentual já aumentou para 26% e a tendência é de crescimento com o avanço de pesquisas. No geral, companhia estima recuperar 80% da capacidade total do ano anterior”, aposta.
Covid ainda está no radar
A segunda onda da Covid é o principal risco para a companhia aérea, sobretudo após o estado de SP revisar sua posição quanto a flexibilização.
“A demanda pode se manter errática por período de tempo maior que o estimado”, observa.
Em relação às dívidas, o analista diz que a companhia foi exitosa na postergação de compromissos com lessores e demais credores e se encontra em posição razoavelmente confortável até 2021.
“Maiores vencimentos da dívida estão em 2022-24 e liquidez imediata chegou a R$ 4 bi após emissão de debentures conversíveis”, completa.