Coluna do Beto Assad

Ações mais promissoras na reta final de 2022; veja os setores para o segundo semestre

07 jul 2022, 15:17 - atualizado em 07 jul 2022, 15:19
Ações mais promissoras
Ações que valem a pena investir  na reta final de 2022. Leia a coluna do Beto Assad, analista e consultor para o Kinvo. (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Tivemos na última semana o fim do primeiro semestre de 2022. E que período complicado para as ações e para a renda variável em geral.

O Ibovespa (IBOV) encerrou os primeiros 6 meses do ano em queda de quase 6%, aos 98.542 pontos.

Só em junho o índice caiu 11,5%, sendo a maior queda mensal desde março de 2020. Para quem não se lembra, foi o “mês da Covid-19” na bolsa, quando ocorreu aquela série de circuit breakers no nosso mercado.

Com todo o cenário econômico ainda muito nebuloso pela frente, a atenção dos investidores se volta agora ao que fazer neste segundo semestre.

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A grande dúvida

A dúvida se já atingimos o fundo do poço, ou se ainda é possível cavar esse buraco ainda mais, atormenta quem deseja acertar o tão cobiçado “fundo de mercado”.

A única verdade é que não sabemos ainda até onde a crise pode se estender.

A ata da última reunião do Fomc, o comitê de política monetária do banco central norte-americano (Fed), trouxe um ligeiro alívio para as bolsas.

O documento afirmou que a principal preocupação da entidade monetária segue sendo o controle da inflação, mas que enxerga a economia dos Estados Unidos forte o suficiente para enfrentar o período.

Isso foi a deixa para os mercados mostrarem mais otimismo.

Por outro lado, esses mesmos investidores, que estão ávidos por qualquer notícia que soe um pouco mais promissora, parece ter esquecido que o atual presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou recentemente que sua maior preocupação em conter a inflação pode (e deve) trazer um cenário recessivo para a economia americana.

Assim, os cenários traçados fazem o investidor optar, dentro de suas expectativas, pelo copo “ou meio cheio, ou meio vazio”. E a maior possibilidade que temos até o momento é de um segundo semestre afetado mundialmente pela alta dos juros americanos.

Temos ainda que colocar na balança, além dos juros externos pressionando nossa inflação (já que o dólar tende a se fortalecer no mundo), o cenário interno envolvendo os riscos políticos e fiscais.

Setores para ganhar na crise

Dessa maneira, os setores mais defensivos prometem ser os mais interessantes da renda variável neste cenário “inicial” de segundo semestre.

Boas empresas do setor de energia e saneamento, por exemplo, devem continuar com o bom desempenho apresentando no primeiro semestre.

O setor de commodities, principalmente de exportação, também tende a ser um segmento com maior proteção para o investidor, mesmo com a volatilidade aparentemente sem fim causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Mas uma ressalva deve ser feita ao setor de petróleo, e em especial a Petrobras (PETR4).

A possibilidade de interferência do governo na empresa, no intuito de controlar o preço dos combustíveis e a inflação, pode trazer turbulência e maior volatilidade.

Tirando proveito

Também fico de olho no setor financeiro, em especial os grandes bancos, que tendem a tirar proveito da maior taxa de juros, apesar do crescente risco de inadimplência.

Por fim, para aqueles investidores “descendentes” do boom dos fundos imobiliários, os fundos de papel devem continuar se destacando no atual momento.

Já os fundos de tijolo que só devem voltar a ter uma boa valorização de suas cotas quando o momento econômico der sinais de recuperação, com a consequente virada da taxa de juros para baixo.

Assim, setores que dependem de um ciclo econômico mais favorável, como varejo, tecnologia e construção civil, podem demorar um pouco mais para esboçar uma reação. Cuidado e paciência ao investir nestes setores.

E que venha o segundo semestre!

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