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MGLU3, BHIA3 e AMER3 disparam até 24% nesta quinta (16) com caminho livre para Campos Neto cortar juros; entenda

16 nov 2023, 20:00 - atualizado em 16 nov 2023, 20:00
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Magazine Luiza, Americanas e Casas Bahia operam em alta nesta quinta-feira (16). (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

As varejistas Magazine Luiza e Casas Bahia lideraram as altas do Ibovespa (IBOV) no pregão desta quinta-feira (16). MGLU3 subiu 24,43%, a R$ 2,19, enquanto BHIA3 saltou 11,54%, a R$ 0,58.

Fora do Ibovespa, as ações da Americanas (AMER3) avançaram 6,25%, valendo R$ 0,85.

De acordo com analistas do mercado, o movimento em bloco do setor de varejo vem da precificação de uma inflação mais controlada nos Estados Unidos. Os dados mais recentes do indicador mostraram que, no geral, os preços não aumentaram entre setembro e outubro.

O analista da Benndorf Research, João Lucas Tonello, diz que essa desaceleração indica que o Brasil consegue manter a diminuição da taxa Selic no mesmo ritmo de antes — de 0,50 ponto percentual.

“Campos Neto perde uma algema, que era: ‘não posso continuar diminuindo juros no Brasil, porque os juros os EUA ainda não vão diminuir tão cedo'”, afirma o analista.

Diante deste cenário, “todas as empresas sensíveis aos juros sobem”. Entre Magalu, Casas Bahia e Americanas, a empresa de Luiza Trajano tem o melhor volume de venda bruto e, por isso, é a maior beneficiada, avalia o analista.

A analista da GTI Administração de Recursos, Paola Melo, ainda diz que trata-se de um movimento de apetite a risco. “Quando o mercado quer comprar risco, ele olha os nomes que mais caíram. Magazine Luiza é sem dúvidas uma empresa que caiu bastante”, ressalta.

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A volta por cima de Magazine Luiza, Casas Bahia e Americanas?

Apesar do otimismo no pregão de hoje, as expectativas para Magazine Luiza, Casas Bahia e Americanas ainda são duras, dizem os analistas. Isso porque o setor demanda crédito, que ainda está caro.

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Para Tonello, as varejista ainda não devem inverter o cenário em 2024. “As três devem continuar com resultados negativas no próximo ano. Para 2025, cogita-se um cenário mais positivo”, diz.

Melo também vê o segmento com cautela. “Enquanto não começar a observar um momento de renda real, esse setor de bens discricionários alavancado a crédito demora a reagir”, avalia.

No varejo, a analista prefere a parte “menos discricionária, como supermercados e farmácias que tem poder de repasse de preço e não precisam de crédito”.