Bye bye! Gringos sacam R$ 2 bi da bolsa brasileira em apenas um dia; entenda o cenário
Os investidores estrangeiros deram tchau para a bolsa brasileira no final da semana passada. Segundo dados de sexta-feira (20), os gringos venderam R$ 1,9 bilhões em ações na B3.
Com esta retirada bilionária, o saldo de outubro volta a ficar negativo, em R$ 1,8 bilhão. No ano, o acumulado é de R$ 7,1 bilhões positivos.
De acordo com os analistas, os motivos para a venda de ações são diversos, mas, principalmente, devido à semana de muitas incertezas para o mercado. Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos, apontou alguns fatores que influenciaram o fluxo de capital estrangeiro na semana passada:
- vencimento do contrato do índice de outubro e início das negociações de dezembro — ou seja, houve liquidação;
- dados de atividade econômica fracos, além de uma inflação persistente;
- fatores geopolíticos que causam instabilidade e insegurança aos mercados de capitais; e
- escaladas das taxas dos títulos americanos, principalmente, os de longo prazo, que chegaram as máximas desde 2007.
“Todo este cenário contribui para um momento desfavorável para a tomada de riscos”, explica o analista.
O Ibovespa na semana também teve dificuldades de encontrar o caminho de alta, chegando a atingir o patamar de 113.000 pontos. O índice segue lutando por um respiro no início desta semana.
O cenário pode melhorar?
O mercado aguarda, na próxima semana, a famosa “Super Quarta” no dia 1º de novembro, que poderá indicar um caminho até o final do ano para as bolsas brasileira e americana. Com isso, ainda não se sabe se a tendência são novas retiradas ou de estabilidade.
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Alan lembra que os sinais eram de que o Fed manteria as taxas de juros inalteradas até dezembro, contudo, com as altas nas taxas, ele analisa o contrário. “Vai ter o aumento, 90% de precificação já pra reunião de novembro. Estamos todos na expectativa e aguardando”.
O presidente do Fed, Jerome Powell, já sinalizou que pode ter uma alta em dezembro caso a economia siga aquecida, com inflação alta e mercado de trabalho resistente.
Para o Brasil, é aguardado cortes menores na Selic no início do mês que vem.