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Ações dos EUA são ativos que mais precificam recessão, diz Citi

19 out 2022, 8:51 - atualizado em 19 out 2022, 8:51
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A visão do Citigroup se solidifica com um veredicto semelhante no mês passado, a partir de um modelo de negociação criado por estrategistas do JPMorgan Chase (Imagem: REUTERS/Mike Segar)

Os índices acionários dos EUA têm precificado as maiores probabilidades de recessão do que qualquer outra classe de ativos e podem estar prestes a enfrentar mais perdas, de acordo com estrategistas quantitativos do Citigroup.

“As ações dos EUA têm precificado o maior (mas não o suficiente) risco de recessão, e as estimativas de lucros ainda precisam se ajustar”, escreveram estrategistas como Alex Saunders, em nota de 18 de outubro. “Títulos dos EUA têm precificado o menor risco, mas levará algum tempo até que os títulos reajam aos riscos de recessão diante de um Fed ‘hawkish’.”

Pesquisa da Bloomberg com economistas, em sua maioria de Wall Street, coloca a probabilidade de recessão em 12 meses em 60%, acima dos 50% do mês anterior.

Embora os modelos probit padrão da curva de juros sinalizem uma chance de 34%, de acordo com o Citi, Eliza Winger e Anna Wong, da Bloomberg Economics, estão mais pessimistas e veem a probabilidade de recessão em 100% nos próximos 12 meses.

A visão do Citigroup se solidifica com um veredicto semelhante no mês passado, a partir de um modelo de negociação criado por estrategistas do JPMorgan Chase.

As bolsas dos EUA têm sido atingidas neste ano pelos sinais de inflação teimosamente alta e pelo aperto monetário do Federal Reserve, o que eleva o espectro de recessão. Mesmo depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, ter dito que uma desaceleração será “muito leve”.

Depois de entrar em mercado baixista técnico em junho, o S&P 500, indicador visto como referência, ampliou a queda deste ano para 22% no fechamento da terça-feira. Ao mesmo tempo, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram mais de 250 pontos-base desde janeiro.

Nenhuma classe de ativos tem precificado o risco de recessão em excesso, mas as ações são as que mais refletem esse cenário, escreveram Saunders e equipe. “Desta vez é incomum, pois a inflação teimosa mantém a pressão sobre a renda fixa, que geralmente sobe à medida que os riscos de recessão aumentam.”

Eles recomendam que os investidores usem o acompanhamento de tendências como a principal estratégia agora, pois isso tem funcionado durante períodos de desaquecimento econômico e estagflação.

O Goldman Sachs, no entanto, acredita que as ações “atualmente não refletem o risco de uma recessão nos EUA” e recomenda uma estratégia defensiva.

“Defensivos de valor razoável” incluem empresas de assistência médica, produtos básicos e serviços de telecomunicações, escreveram estrategistas como David J. Kostin em nota de 18 de outubro.

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