Ações dos EUA estão caras e economia frágil; vem correção por aí?
Estrategistas de quase todos grandes bancos de Wall Street sinalizaram preocupação esta semana sobre o desempenho das bolsas nos Estados Unidos.
Deutsche Bank e Goldman Sachs são os últimos a ecoarem alertas anteriores do Morgan Stanley, Citigroup e Bank of America.
Bancos de investimento costumam ser comedidos em suas previsões, mas existem aspectos comuns confirmando que o mercado está vulnerável. Os preços das ações estão muito altos, as bolsas mostram ganhos contínuos há sete meses, a economia parece frágil e o Federal Reserve se prepara para reduzir o estímulo.
“O risco de que a correção seja forte está crescendo”, escreveram estrategistas de ações do Deutsche Bank como Binky Chadha. “As correções dos ‘valuations’ nem sempre exigem quedas no mercado, mas limitam os retornos.”
Parte da pressão do mercado já pode ser observada. O S&P 500 caiu cerca de 1% nas últimas três sessões. O índice subiu 100% desde as mínimas de março de 2020.
Binky Chadha, estrategista de renda variável do Deutsche Bank, disse que “os valuations das ações no nível do mercado são historicamente extremos em quase todas as métricas”.
James Congdon, codiretor da Quest, divisão de pesquisa da Canaccord Genuity, avalia que “os mercados de ações globais podem estar entrando em um período de turbulência”. Para ele, investidores devem buscar empresas mais fortes com fluxos de caixa sólidos em vez de companhias mais fracas e especulativas.
Para Dominic Wilson, estrategista de pesquisa econômica do Goldman Sachs, “embora o cenário mais amplo do mercado dos EUA seja sólido em nosso caso central, acreditamos que o pico do otimismo cíclico nos EUA pode ter ficado para trás”.
Os estrategistas disseram que os hedges parecem atraentes, especialmente em um horizonte mais curto.