Ação do Pão de Açúcar fecha em alta de 14,8% e indica que listagem do Assaí seria um golaço
As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) encerraram o pregão desta quinta-feira (10) com uma alta expressiva. Os papéis foram catapultados pelo anúncio de que a companhia planeja listar a rede de atacarejo Assaí na B3 e na Bolsa de Nova York.
O Pão de Açúcar disparou 14,8%, negociado por R$ 71,35, enquanto o Ibovespa fechou em queda de 2,43%, a 98.834 pontos.
Já na abertura da sessão, as ações foram cotadas em R$ 74,14 – um salto de 19,3% sobre o fechamento de ontem (R$ 62,15). Esta foi, também, a máxima do dia. A mínima atingiu R$ 69,50.
Independência
Nesta quarta-feira, o Pão de Açúcar informou que seu conselho de administração autorizou estudo para a cisão de seu braço de atacarejo Assaí e a preparação da companhia para listagem na B3 (B3SA3).
De acordo com fato relevante, a cisão será precedida da transferência da participação hoje detida pela Assaí na Almacenes Éxito para o GPA.
“O propósito da potencial transação é liberar o pleno potencial dos negócios de cash & carry e varejo tradicional da companhia, permitindo que operem de forma autônoma, com administração separada e foco nos seus respectivos modelos de negócios e oportunidades de mercado”, afirmou o GPA.
Desconto injustificado
As primeiras manifestações de analistas sobre a listagem da Assaí engrossam a avaliação de que gerará valor tanto para a rede de atacarejo, quanto para seu controlador.
Em relatório obtido pelo Money Times, o Credit Suisse afirma que a operação ajudará o mercado a perceber quanto está maltratando as ações do próprio Pão de Açúcar.
“Mais do que tudo, acreditamos que o anúncio trará luz ao nível de valuation pelo qual PCAR3 é negociado, que nos parece muito descontado para se ignorar”, observam Victor Saragiotto e Pedro Pinto, que assinam a análise. O banco suíço avalia que, sozinho, o Assaí alcance um valor de mercado de R$ 17 bilhões, praticamente o mesmo do Grupo Pão de Açúcar hoje.