Ações do Magazine Luiza (MGLU3) sobem após balanço: Margem Ebitda é destaque e blinda empresa contra Selic, defende Trajano
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) começaram o pregão desta sexta-feira (09) despontando no lado positivo do Ibovespa (IBOV), após a companhia superar as estimativas do mercado e entregar lucro líquido de R$ 37,4 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24). A cifra representa uma reversão do prejuízo de R$ 198,8 milhões no mesmo período de 2023.
No entanto, após alta que chegou a 5% na primeira meia hora de pregão, as ações chegaram a virar para queda de mais de 1%. Por volta de 11h, subiam 1,20%, a R$ 12,69.
Apesar do número positivo no lucro líquido, o destaque, conforme a própria varejista, foram as melhoras nas margens, com a varejista atingindo no segundo trimestre o patamar esperado para 2025.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 62% na comparação anual, totalizando R$ 711 milhões, com margem de 7,9%, um aumento de 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 2T23.
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Em teleconferência realizada nesta sexta-feira (09), o presidente-executivo da companhia, Frederico Trajano, afirmou que o crescimento na margem permitirá a retomada do crescimento a partir do segundo semestre.
“A expansão da margem do Magalu dá conforto para pensarmos em retorno ao crescimento a partir do segundo semestre”, disse. Ele destacou ainda que a empresa trabalha para que a margem de 7,9% atingida neste trimestre não abaixe.
A companhia realizou o pagamento de R$ 2,1 bilhões em dívidas e zerou sua dívida de curto prazo, atendendo questionamentos que vinham sendo feitos pelo mercado nos últimos trimestres. Trajano destacou que a companhia não fez isso por recuperação judicial ou extrajudicial, mas sim com ampliação da margem.
Selic não deve ser pedra no sapato do Magazine Luiza
O setor varejista é um dos sensíveis à taxa de juros, que impactou o Magazine Luiza em outros trimestres. Neste, a melhora da margem foi a estratégia da varejista para não depender da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic.
“Não queremos mais ser pegos de surpresa com uma agenda do Banco Central que não depende da gente”, afirmou Trajano na teleconferência.
Sendo ele, a companhia não precisa e não depende de uma boa notícia em relação à Selic para ir bem, e as margens elevadas são a razão para isso.