Ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltam quase 7%; para a XP, empresa foca em rentabilidade enquanto cria ‘amortecedores’
Em um dia de bom humor para o Ibovespa (IBOV), as ações do Magazine Luiza (MGLU3) despontaram entre as maiores altas do índice, chegando a saltar 6,71%, a R$ 11,92, por volta de 12h20. Mais tarde, o avanço arrefeceu, mas a companhia ainda avançava mais de 3% às 15h.
Nesta sexta-feira (13), a economia voltou a mostrar sinais de resiliência, com o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuando 0,4% em julho na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado. Apesar da contração, o resultado foi melhor do que o esperado.
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Os dados do BC mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 5,3% em julho, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,0%, de acordo com números observados.
Vale recordar que, nos últimos dias, diversos dados econômicos foram divulgados, agradando o mercado e dando sinais positivos sobre a economia brasileira.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024 (2T24), frente aos três os primeiros meses do ano. No período, o PIB em valores correntes totalizou R$ 2,9 trilhões.
O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou acima da expectativa do mercado. Era esperada alta trimestral de 0,9% e anual de 2,7% na atividade econômica brasileira.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, caiu 0,02% em agosto — apontando para uma desaceleração em relação à alta de 0,38% apurada em julho. Trata-se da primeira deflação registrada desde junho de 2023.
A expectativa do mercado, segundo projeções do Broadcast, era de um avanço de 0,02%.
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XP vê o Magazine Luiza se preparando para um macro melhor
Na avaliação da XP Investimentos, o Magazine Luiza tem se preparado para um ciclo de crescimento saudável para quando o contexto macroeconômico melhorar, enquanto criam “amortecedores” para cenários desfavoráveis.
“Neste sentido, notamos o seu forte foco em rentabilidade, conduzindo a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para cerca de 8%, sustentado pela recuperação das lojas físicas, aumentos de preços no 1P, aumento dos serviços e ajustes comerciais e corporativos”.
Como resultado, destacam que a companhia reverteu a tendência de queima de caixa, levando a uma alavancagem, na relação entre dívida líquida e Ebitda, de 1,3 vez no segundo trimestre de 2024.
Apesar de esperanças de uma demanda melhor em 2024 e dos sinais positivos de recuperação das lojas físicas no segundo trimestre de 2024, os analistas não ignoram que as taxas de juros deverão retomar um ciclo de aumento na próxima semana– a próxima reunião do Cômite de Polítia Monetária (Copom) ocorre na quarta-feira (18).
O time econômico da XP estima um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic até 25 de janeiro. Neste cenário, acreditam que uma recuperação mais sólida das categorias de bens duráveis deve demorar mais, dada sua forte correlação com os níveis de juros.
No entanto, o fortalecimento gradual da oferta de crédito deve sustentar uma recuperação lenta na venda de produtos oferecidos pela própria Magalu.