Ações do Ibovespa registram menor volatilidade em um ano: um antídoto ao estresse financeiro?
Neste mês de março, um fenômeno curioso captura a atenção dos investidores: 50 das ações que compõem a carteira do índice Ibovespa (IBOV), o mais importante da B3, atingiram seu menor nível de volatilidade em 12 meses.
Esse é um indicador crucial para os investimentos de renda variável. Saber a volatilidade de um papel permite ao investidor tomar decisões mais acertadas, gerenciar riscos, calcular retornos. Sem essa análise, não há como traçar estratégias eficazes para objetivos de médio e longo prazo.
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Em momentos de estresse financeiro, como o que vivemos globalmente, é natural que os investidores busquem refúgio em ativos de baixa volatilidade. É uma abordagem conservadora, para proteger o capital e reduzir sua exposição aos riscos do mercado. Trata-se, inclusive, de uma estratégia de preservação de nossa saúde física e emocional, constantemente colocada à prova pelo movimento frenético dos mercados.
Haja vista que a economia mundial tem sido marcada por turbulências em série nos últimos tempos, a baixa volatilidade desses 50 papéis na B3 representa um oásis de (relativa) estabilidade e calmaria.
Dose certa na hora de investir em ações
É importante ressaltar, porém, que a busca por ativos de baixa volatilidade deve ser equilibrada com os objetivos de investimento a longo prazo. Dito de outra forma, apetite do investidor é o que calibra seu nível de tolerância por volatilidade.
Em vários casos, assumir um certo nível de volatilidade pode ser necessário para alcançar retornos mais significativos ao longo do tempo. Os investidores precisam estar atentos às novas oportunidades, mesmo em períodos de estresse financeiro. Baixa volatilidade, à semelhança de um remédio, só faz bem na dose certa.
As ações menos voláteis
No contexto específico do Ibovespa em março de 2024, a volatilidade atingiu o menor nível em 12 meses, com um índice de 15,65. Apenas uma ação, a Taesa Unit (TAEE11), teve volatilidade inferior ao índice de referência, registrando 14,51.
Mas note-se: das 50 ações que alcançaram o menor nível de volatilidade em 12 meses, apenas sete apresentaram desvalorização em seus preços. Dentre essas, duas tiveram rentabilidade negativa no período: a preferencial da Bradespar (BRAP4) e a Metalúrgica Gerdau preferencial (GOAU4).
Entre as ações mais rentáveis, destacam-se a Ultrapar Ordinária (UGPA3), o Banco do Brasil ON (BBAS3) e a Itaúsa Preferencial (ITSA4), com valorizações de 12,80%, 65,23% e 63,32%, respectivamente. No geral, o Ibovespa registrou uma valorização de 24,13% no período, refletindo a resiliência do mercado brasileiro em meio a desafios globais.
Vale destacar, por fim, que as ações com menor volatilidade nos últimos 12 meses abrangem diversos setores, com destaque para Energia Elétrica, Bancos, Papel & Celulose e Exploração, Refino & Distribuição.
Ousadia ou segurança? Os dois
O fenômeno da baixa volatilidade nas ações do Ibovespa revela, sim, uma oportunidade, mas que deve ser aproveitada com inteligência. Investir bem é buscar um equilíbrio entre ousadia e segurança, entre retorno financeiro alto e estabilidade.
Esse cardápio de 50 ações com preços estáveis deve ajudar cada investidor a compor uma carteira com o nível de risco que melhor se adapta às suas ambições, a seu estilo de vida e a sua tolerância para o estresse financeiro.
Afinal, em um ambiente econômico dinâmico e desafiador como o nosso, é importante que as decisões financeiras contribuam para proteger não apenas nosso capital, mas também nossa saúde.