Varejo e bancos? Só para operar vendido, diz Kínitro Capital; veja 3 ações que a gestora tem na carteira
Diante da derrocada de empresas como a Americanas (AMER3), afetadas pela forte subida de juros, as oportunidades na Bolsa brasileira estão em áreas de infraestrutura, logística e terceirização. É o que avalia o gerente de portfólio da Kínitro Capital, Marcelo Ornelas.
Em resumo, diz ao Money Times, a gestora tem no Brasil exposição ao que possui contratos corrigidos pela inflação. Segundo ele, o setor de consumo seria para, no momento, operar apenas vendido. “A gente não tem Alpargatas (ALPA4), Natura (NTCO3), nada disso”, afirma.
Até mesmo os bancos, segundo Ornelas, estão de fora do portfólio da Kínitro. A casa, que tem R$ 1,5 bilhão sob gestão, prevê que os balanços das instituições ainda vão piorar mais. “A gente concentra short em bancos e na própria B3 (B3SA3)”.
Importante ressaltar que, como se trata de uma gestora, os comentários não são recomendações de investimento, mas revelam parte da estratégia que a empresa tem adotado.
Em ações, quase 20% do que a gestora pode investir está em tecnologia nos EUA e varejo de luxo na Europa, diz. Há quase 15% em empresas de commodities, mas sem Petrobras (PETR4). “Não dá para ser acionista com o que vão fazer com a empresa”, afirma o gestor.
Segundo Ornelas, a Orizon (ORVR3), empresa de valorização de resíduos sólidos urbanos, é a maior posição da casa. “Ela faz o beneficiamento do lixo, faz reciclagem, gera crédito com isso e trata o meio ambiente”, destaca. “A Orizon trabalha com uma externalidade positiva para toda a sociedade”.
O gestor também cita a Rumo (RAIL3) por conta do que ele avalia como posição estratégica no mercado. A empresa, lembra, tem uma ferrovia que liga Mato Grosso ao Porto de Santos para escoar grão.
“Só o delta do crescimento de um ano da nossa safra é tudo o que a China produz”, afirma. “A região do Mato Grosso é abençoada por chuvas”.
Outra ação na carteira da Kínitro é a do grupo GPS (GGPS3), de acordo com o gestor. A empresa, que atua na terceirização de mão de obra, tem, segundo Ornelas, na cultura e na tecnologia um diferencial.
Ele cita a “cultura de dar responsabilidade para os gerente regionais tocarem contratos” e destaca eficiência do aplicativo de recursos humanos da companhia.
De acordo com o gestor, a GPS consegue fazer uma gestão descentralizada, em um setor com margens baixas e que é preciso “ter a barriga no balcão”. “Empresas do setor operam com resultado negativo, o que é bom para a GPS”, afirma.
“Ela é a maior do país e tem 5% de participação do mercado. Empresas nos EUA tem 15% – a GPS vai chegar lá”.