Ações de petrolíferas não conseguem atrair investidores; rentabilidade pesa
Mais tempo livre para analistas geralmente significa muito menos interesse pelo setor que cobrem.
Nenhum grupo ilustra isso melhor do que o setor de petróleo e gás, especialmente ações de empresas de serviços em campos petrolíferos.
O Índice do Setor de Serviços de Petróleo da Filadélfia fechou em baixa de 2% na terça-feira e acumula queda superior a 15% este ano. Enquanto isso, o S&P 500 mostra alta de 25% em 2019.
A equipe do Piper Jaffray & Co., com sede em Houston, viajou recentemente a Nova York e novamente se deparou com o desinteresse dos investidores pelo setor.
“Não surpreende que o interesse por ações de serviços de petróleo esteja em baixa, se a programação de marketing de alguém for uma indicação de interesse”, disseram analistas liderados por John Daniel em relatório esta semana.
As viagens de marketing agora consistem em “uma programação esparsa de dois dias, com bastante tempo entre as reuniões”, disse o banco de investimentos. É um forte contraste com anos anteriores, marcados por “reuniões consecutivas, além de almoços e jantares em grupo”.
As ações de prestadoras de serviços em campos petrolíferos se mostram desinteressantes para investidores diante de preocupações persistentes sobre rentabilidade e retornos, particularmente no setor de gás de xisto dos Estados Unidos, segundo o analista Scott Levine, da Bloomberg Intelligence.
Olhando para o complexo energético mais amplo, o Bank of America destacou em nota recente que, sozinha, a Apple vale mais do que todo o índice S&P 500 Energy – que inclui gigantes como Exxon, Chevron e Conoco.
Mesmo com rendimentos de dividendos entre 3% e 5%, investidores não se animam a comprar ações do grupo, preferindo esperar sinais de melhora em todo o setor. “Coletivamente, a visão de consenso é de que o setor de serviços de petróleo continua ‘não investível’”, disse o Piper.