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Ações de frigoríficos operam mistos após relato de peste suína tradicional no país

11 out 2019, 11:22 - atualizado em 16 dez 2019, 14:44
Suínos Porco Agronegócio
Frigoríficos sofreram pouco impacto nas negociações após o Ministério da Agricultura informar, um foco de peste suína clássica (Imagem: Reuters)

Por Investing.com 

As ações dos frigoríficos sofreram pouco impacto nas negociações após o Ministério da Agricultura informar, na noite de quinta-feira, um foco de peste suína clássica (PSC) no Estado de Alagoas, em área fora da zona livre da doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no país, e o caso não deve resultar em prejuízos para a indústria brasileira, segundo nota do governo.

Com isso, as ações dessas empresas operam em sentidos mistos na B3. Os papéis da JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) sobem, respectivamente, 0,86% a R$ 29,40 e 0,35% a R$ 11,49. Já as ações da BRF (BRFS3) e da Minerva (BEEF3) caem, respectivamente, 0,46% a R$ 36,69 e 0,68% a R$ 10,26.

Entenda a doença

A PSC não tem nenhuma relação com a peste suína africana, doença sem registro nas últimas décadas no Brasil e que tem dizimado criações na Ásia, aumentando o comércio de proteína animal no mercado global, com a China ampliando importações para suprir sua demanda, incluindo de produtos brasileiros.

A peste suína clássica e a peste suína africana são doenças virais graves que infectam suínos, segundo a Embrapa. Mas, de acordo com informação de site da estatal de pesquisa agropecuária, a peste africana é “mais severa”, sendo uma doença viral “devastadora”.

A peste suína africana já ocorreu no Brasil no final da década de 1970, tendo sido erradicada e “atualmente a doença é considerada exótica no país”, conforme informação da Embrapa.

O foco da PSC foi confirmado no município de Traipu, em criatório de suínos, sem vínculo com sistemas de produção tecnificados e já foi notificado à OIE, disse o ministério, que observou que a última ocorrência de PSC em Alagoas havia sido registrada em 1994.

Segundo o ministério, desde a confirmação do foco de PSC, a propriedade foi interditada e o serviço veterinário estadual realizou o sacrifício e destruição de todos os suínos da propriedade, entre outras medidas.

Zona livre de PSC e impacto nos negócios

A zona livre de PSC do Brasil concentra mais de 95% da indústria suinícola brasileira. Toda a exportação brasileira de suínos e seus produtos são oriundos da zona livre, que incorpora 15 estados (RS, SC, PR, MG, SP, MS, MT, GO, RJ, ES, BA, SE, TO, RO e AC) e o Distrito Federal e não registra ocorrência da doença desde janeiro de 1998.

“O estado de Alagoas faz parte da zona não livre de PSC, juntamente com outros dez estados (AM, RR, PA, AP, MA, PI, CE, RN, PB e PE) e essa nova ocorrência não interfere no status da zona livre de PSC reconhecida pela OIE, não justificando impactos no comércio internacional de suínos e seus produtos”, disse o diretor substituto do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Bruno Cotta, em nota.

Os limites entre as zonas livre e não livre de PSC são protegidos por barreiras naturais e postos de fiscalização, onde procedimentos de vigilância e mitigação de risco para evitar a introdução da doença são adotados continuamente, disse o ministério.

A PSC é uma doença de notificação obrigatória no Brasil, que acomete somente suínos, não sendo transmitida ao ser humano ou outras espécies.

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