Ações de fabricantes de vacinas de menor porte superam gigantes
Investidores que apostam no sucesso da corrida para o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus agora percebem que, quanto menor, melhor.
As ações da BioNTech, a startup alemã que desenvolve uma vacina com a Pfizer, quase triplicaram neste ano, enquanto os papéis de sua parceira americana mostram queda de cerca de 1%. E o preço da ação da Moderna, que abriu capital há menos de dois anos, quintuplicou. As ações da AstraZeneca, por sua vez, subiram 5,2% desde janeiro.
Embora todas as empresas tenham divulgado resultados positivos neste mês relacionados ao desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus, manchetes sobre um produto altamente antecipado não são suficientes para impulsionar ações de empresas tão grandes como Pfizer e AstraZeneca, mesmo quando trabalham em uma das vacinas mais importantes de todos os tempos.
“Empresas de biotecnologia menores e seus valuations absolutamente precisam que suas vacinas sejam bem-sucedidas, enquanto para Astra e Pfizer, isso é menos relevante”, disse Sam Fazeli, analista sênior do setor farmacêutico da Bloomberg Intelligence.
O enorme impacto nos valores de empresas de menor porte se deve, em parte, aos pontos de partida relativos e seus projetos de medicamentos.
Mesmo após a valorização deste ano, o valor de mercado da BioNTech, de cerca de US$ 24 bilhões, é ofuscado pelos US$ 204 bilhões da Pfizer.
Há um ano, analistas previam que tanto a BioNTech quanto a Moderna, nenhuma das quais com medicamentos no mercado, não teriam lucro em 2021. Agora, a previsão é que as duas empresas sejam rentáveis no próximo ano.
A Pfizer e a AstraZeneca, por sua vez, já davam lucro. Essas empresas divulgaram receitas em 2019 de US$ 51,8 bilhões e US$ 24,4 bilhões, respectivamente, e vendem dezenas de tratamentos de alto perfil, então é mais difícil para um novo produto fazer diferença.