Gringo em fuga? Bolsas de países emergentes registram maior saída mensal de capital estrangeiro desde 2020
Os investidores estrangeiros venderam o maior valor em ações de mercados emergentes em outubro desde o início de 2020, segundo dados do Instituto Internacional de Finanças (IIF) divulgado nesta sexta-feira (15).
As carteiras de ações tiveram uma saída de US$ 25,5 bilhões de dólares em outubro deste ano — a maior desde março de 2020 —, quando houve amplo movimento de venda em meio à pandemia da Covid-19.
Somente as ações chinesas perderam US$ 9 bilhões, depois de registrar o maior fluxo de entrada desde pelo menos 2015 em setembro. Um novo impulso de estímulo do governo no final de setembro não conseguiu impressionar e um novo anúncio de estímulo em novembro também ficou aquém das expectativas.
“Apesar das medidas de flexibilização direcionadas do governo chinês, a confiança dos investidores continua baixa”, disse o economista do IIF, Jonathan Fortun, em um comunicado.
“Essa dinâmica provocou mudanças substanciais no mercado, onde as preocupações com o crescimento e a incerteza regulatória continuam a deter o investimento estrangeiro na China.”
Além disso, os mercados emergentes foram pressionados pela movimentação do mercado de olho na eleições presidenciais nos Estados Unidos. Com a vitória de Donald Trump na disputa, os investidores aumentaram os aportes em negócios que se beneficiaram com o retorno do republicano à Casa Branca — elevando o dólar e as taxas dos títulos do Tesouro norte-americanos, os Treasuries.
“As preocupações com a força do dólar em relação às moedas de países emergentes ampliaram a aversão ao risco nos mercados acionários”, disse Fortun.
“Essa mudança está alinhada com a expectativa de que os diferenciais de rendimento e as trajetórias das taxas possam favorecer cada vez mais a dívida dos mercados emergentes em detrimento das ações, à medida que a aversão ao risco aumenta globalmente.”
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Saldo dos emergentes em outubro
Regionalmente, no mês passado, a Ásia registrou uma saída líquida de US$ 6,8 bilhões, enquanto a Europa Emergente recebeu US$ 5,2 bilhões e a América Latina, US$ 3,6 bilhões. Os fluxos para a África foram marginalmente negativos.
No acumulado do ano, os estrangeiros investiram cerca de US$ 249 bilhões em termos líquidos em seus portfólios de mercados emergentes. Cerca de US$ 220 bilhões foram para dívidas, dos quais US$ 169 bilhões foram para fora da China.
*Com informações de Reuters