Ações da SLC Agrícola sobem mais de 3% com aquisição da Sierentz Agro Brasil; é hora de comprar SLCE3?

As ações da SLC Agrícola (SLCE3) operaram em forte alta nesta sexta-feira (7) e chegaram a liderar a ponta positiva do Ibovespa (IBOV) nas primeiras horas do pregão, em reação à aquisição total da Sierentz Agro Brasil.
SLCE3 subiu 2,73%, a R$ 19,18. Na máxima do dia, os papéis atingiram R$ 19,37 (+3,75%). Acompanhe o Tempo Real.
Pela manhã, a companhia anunciou a compra da Sierentz Agro Brasil por US$ 135 milhões (cerca de R$ 777,6 milhões).
A Sierentez atua na produção de soja, milho e outros produtos agrícolas, além da criação de gado em sistema de integração lavoura-pecuária.
Segundo a SCL Agrícola, as áreas arrendadas estão localizadas nos estados do Maranhão (MA), Piauí (PI) e Pará (PA), totalizando aproximadamente 96 mil hectares.
A operação ainda está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
SLC prevê crescer 13% em área plantada
Em teleconferência, a SLC estimou que poderá ampliar a área plantada na próxima safra (2025/26) em 13% ante o ciclo atual, para cerca de 834 mil hectares após o acordo.
“No ano atual, tivemos crescimento de 60 mil hectares, e estamos anunciando o crescimento de mais 100 mil hectares”, afirmou o presidente da SLC, Aurélio Pavinato, em teleconferência com analistas para comentar a transação com a Sierentz.
Pavinato destacou que o crescimento da companhia ocorre em momento em que os de preços das commodities agrícolas estão em patamares “baixos”, em uma referência ao histórico de mercado de soja, milho e algodão. “Estamos crescendo no momento certo”, acrescentou.
Geralmente, os custos de aquisição e arrendamento de terras ficam mais altos quando os preços das commodities também se situam em níveis mais elevados.
O preço da soja, uma referência para arrendamentos, está cotado atualmente na bolsa de Chicago em torno de US$10 por bushel, abaixo dos níveis de mais de US$17 vistos pela última vez em meados de 2022 e, antes disso, em 2012.
Segundo o executivo, a aquisição está alinhada à estratégia da empresa em termos da fatia operada de terras arrendadas, que deverão passar de 62% para 66,5% do total, e terras próprias.
“A meta era chegar a um terço de terras próprias, hoje chegamos no objetivo. Como pretendemos continuar arrendando áreas no futuro, não descartamos a possibilidade de comprar algum ativo também para justamente manter este ‘share’ “, destacou.
Pensando mais a longo prazo, segundo Pavinato, a SLC poderia atingir três quartos de terras arrendadas, sendo um quarto próprias. “Mas no momento o foco é um terço”, disse ele, referindo-se meta.
O que dizem os analistas?
Na avaliação do Citi, a aquisição é positiva para a companhia, ainda que o cenário atual não seja tão favorável para o preço das commodities agrícolas.
“Alinhada com aquisições anteriores, a SLC está aproveitando o período desafiador do agronegócio brasileiro para investir mais e crescer em área plantada”, escreveram os analistas, em relatório.
Para o banco, com a compra, a SLC deve superar a estimativa (guidance) da companhia de crescer cerca de 35 mil hectares em área plantada por ano.
“Acreditamos que a SLC possui uma boa estratégia de alocação de capital, sendo mais ativa durante as baixas do ciclo”, diz o relatório.
O Citi tem recomendação de compra para SLCE3, com preço-alvo de R$ 21 — o que representa um potencial de valorização de 12,5% sobre o preço de fechamento de ontem (6).
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O que mais impulsiona os papéis da SLC Agrícola hoje?
Além da aquisição da Sierentz Agro Brasil, as ações da SLC Agrícola (SLCE3) são beneficiadas pelas medidas anunciadas pelo governo brasileiro sobre os preços dos alimentos.
As políticas tarifárias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos mexicanos e canadenses também abrem espaço para maior exposição do mercado brasileiro — e da companhia — ao mercado norte-americano.
*Com informações da Reuters