Ações da Petrobras fecham em alta de 4,52% com temores em relação à oferta global de petróleo
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em alta nesta segunda-feira (16), após ataques a gasodutos na Arábia Saudita elevarem preocupações em torno do suprimento de óleo bruto.
Os papeis ordinários dispararam 4,52%, negociados a R$ 31. Já as ações preferenciais subiram 4,39%, vendidas a R$ 28,06.
Mercados avaliam o impacto dos ataques às instalações da Saudi Aramco e os efeitos sobre a oferta global da commodity.
Política de preços em xeque
Para o Credit Suisse, a disparada dos preços do óleo bruto é boa para a estatal. “A Petrobras provavelmente deverá ser beneficiada da alta dos preços do petróleo”, afirma o analista Regis Cardoso. Contudo, a companhia poderá “postergar o repasse desta elevação para os preços domésticos”.
Em linha, o UBS também se preocupa com a questão dos repasses da alta do petróleo. “Um dos maiores dilemas para investidores sobre a Petrobras está relacionado à sua capacidade de seguir as variações internacionais de preço e a volatilidade do câmbio. Nós agora vemos uma situação desafiadora para a companhia, uma vez que esperamos que o petróleo salte e o real real potencialmente se deprecie”, afirmam os analistas.
“Ao longo dos últimos anos, nós temos visto diversos exemplos em que a companhia não foi capaz de seguir os preços internacionais, levando a perdas significativas no negócio de refino”, completam, avaliando ainda que o evento “pode ser um importante teste sobre quão sólida é a política de preços”.
Brasil em foco
Já o megainvestidor Mark Mobius acredita que o Brasil poderá se beneficiar dos ataques aos gasodutos da Saudi Aramco.
“Acredito que os investidores começam a pensar ‘podemos olhar para o Brasil, por exemplo, para a oferta de petróleo deles, para o México’ ou outros países produtores de petróleo”, disse à rede norte-americana CNBC.
“Se você olhar para as reservas que o Brasil possui, você verá que eles podem produzir muito petróleo”, completou.