Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% nesta segunda; o que explica a forte alta?
As ações da Oi (OIBR3) lideram os ganhos da B3 nesta segunda-feira (18). Desde o início do pregão, os papéis da companhia de telefonia saltaram mais de 100% e passaram por três interrupções nas negociações na primeira hora, por oscilação máxima permitida.
Por volta de 12h20 (horário de Brasília), as ações ordinárias OIBR3 registravam alta de 97%, a R$ 1,97. Na máxima do dia, os papéis chegaram a ser cotado a R$ 2,19 (+119%). Acompanhe o Tempo Real.
O gatilho para a disparada das ações é a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para mudança no regime de serviço prestado pela companhia na telefonia fixa, de concessão para autorização.
De acordo com o relator do processo, Alexandre Freire, a aprovação reflete o compromisso da Anatel em garantir uma transição suave para um modelo que seja sustentável para as empresas de telecomunicações e consumidores no longo prazo, ajudando assim na evolução do setor e na expansão de serviços mais modernos e eficientes.
Segundo a Oi, que está em recuperação judicial, a mudança representa a última aprovação necessária para migração do regime de prestação da telefonia fixa do regime público para o privado.
“O desfecho dessa etapa é um pilar fundamental na busca pela viabilidade operacional da companhia, com vistas à superação de sua atual situação-econômico-financeira e à continuidade de suas atividades”, disse a companhia em comunicado ao mercado na última quinta-feira (14).
No documento, a empresa ainda afirma que retomará o processo de arbitragem, em que a Oi busca compensações pelos “desequilíbrios históricos da concessão”, com benefícios a todos os “stakeholders”.
O processo de assinatura e publicação do termo de autorização deve ocorrer agora em até 10 dias e a Oi poderá migrar sua concessão.
O que os analistas dizem?
Na avaliação do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos, a decisão era amplamente esperada e marca o encerramento do processo de migração da Oi.
Os analistas ainda esperam que o processo de migração para a Telefônica Vivo (VIVT3), que atualmente detém a concessão de telefonia fixa no estado de São Paulo, seja aprovado — “assim como foi a migração da Oi”.
“O processo da Vivo deve ser mais simples que o da Oi e deve ser concluído mais rapidamente”, escrevem os analistas Daniel Federle, do Bradesco BBI e Flávia Meirelles, da Ágora Investimentos.
“Estimamos que a migração deve levar a economias de opex (despesas) e capex (investimentos), além de um processo acelerado de venda de ativos da concessão”, dizem em relatório.
Oi: mudança na composição acionária
A companhia também informou que recebeu uma correspondência da Ashmore Investment informando que os fundos da gestora passaram a deter cerca de 31,3 milhões de ações ordinárias (OIBR3) da companhia.
Com a movimentação, a gestora atingiu 9,48% de participação na empresa.
Segundo a Oi, os fundos da Ashmore Investiment não têm o objetivo de alterar a
composição do controle ou da estrutura administrativa da companhia, “exceto se nos termos e condições do Plano de Recuperação Judicial”.